O Pantanal, tesouro natural reconhecido mundialmente, enfrenta desafios monumentais, especialmente no que diz respeito às queimadas. Com cerca de 190 mil km², parte dele designada como Reserva da Biosfera pela Unesco, sua proteção exige estratégias transnacionais, dada sua integração no Sistema Paraguai Paraná de Áreas Úmidas, abrangendo Bolívia, Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai.
O ano de 2024 se revela um teste árduo para o Pantanal, com a previsão de extremos climáticos e a transição de um El Niño para uma La Niña. Essa mudança no clima pode agravar a incidência de queimadas, já que esses fenômenos têm um impacto direto nas condições meteorológicas do Centro-Oeste brasileiro, onde o Pantanal está localizado.
Conscientes da urgência, autoridades e instituições do terceiro setor promovem o diálogo entre os países que compartilham o Pantanal. O recente Curso de SCI 200, realizado em Corumbá, reuniu cerca de 30 profissionais de combate ao fogo, visando elaborar estratégias conjuntas para prevenir incêndios de grandes proporções e gerenciar melhor as crises.
A necessidade de cooperação internacional foi ressaltada durante o evento, com representantes de países vizinhos como Bolívia e Colômbia enfatizando a importância da troca de conhecimento e recursos para enfrentar os desafios comuns. A falta de coordenação entre as brigadas de incêndio, muitas vezes impedidas por burocracias e falta de informações, destaca a urgência dessa colaboração.
Os incêndios continuam sendo a maior ameaça ao Pantanal, tendo já consumido 57% da região entre 1985 e 2020, segundo dados do Map Biomas. Além de representar uma perda irreparável para a biodiversidade e o ecossistema da região, esses incêndios ameaçam a função vital do Pantanal como um reservatório de água e regulador do clima na América do Sul.
