
A seca persistente na Bacia do Rio Paraguai está gerando sérias preocupações quanto à segurança hídrica de diversos municípios nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo o mais recente boletim de monitoramento divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) nesta quarta-feira, 10, os níveis dos rios estão previstos para atingir os valores mais baixos já registrados para este período do ano.
O relatório aponta que a situação crítica abrange desde o município de Cáceres, próximo às nascentes do rio, até a região de Porto Murtinho, na saída do curso d’água do território brasileiro. Em Cáceres, por exemplo, a cota verificada foi de apenas 70 cm, marcando um déficit significativo de 1,3 m em relação à média esperada para esta época, que é de 2,00 m. Em Porto Murtinho, a situação é ainda mais grave, com a estação registrando apenas 1,73 m, muito abaixo da média histórica de 5,28 m para esta época do ano — uma diferença alarmante de 3,55 m.
“Estamos enfrentando níveis próximos ou abaixo das mínimas históricas para o período em praticamente todas as estações monitoradas na bacia”, alerta Mauro Campos Trindade, pesquisador em geociências do SGB.
As previsões para as próximas duas semanas não são encorajadoras, com os modelos indicando acumulados de chuva praticamente nulos. Caso essa previsão se confirme, combinada com os níveis observados recentemente, é esperada uma continuidade da redução do volume de água em Cáceres, Forte Coimbra, Ladário e Porto Murtinho, com os níveis atingindo mínimas históricas em toda a bacia.
A seca na Bacia do Rio Paraguai não apenas representa uma ameaça iminente à segurança hídrica local, mas também poderá ter sérias repercussões ambientais e econômicas para as comunidades que dependem desses recursos naturais. As autoridades e especialistas estão monitorando de perto a situação, enquanto esforços de mitigação e adaptação são discutidos para enfrentar os desafios impostos por esta severa estiagem.
Com base nas informações do Serviço Geológico do Brasil, a situação exige uma resposta urgente e coordenada para proteger os recursos hídricos e garantir a sustentabilidade das atividades econômicas e da vida cotidiana nas regiões afetadas.