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A luta contra os incêndios florestais no Pantanal de Mato Grosso do Sul está em plena ação desde abril deste ano, mobilizando um esforço significativo com a participação de mais de 1.000 bombeiros, militares e brigadistas. A situação é crítica e continua a exigir suporte contínuo de estados parceiros para controlar as chamas e minimizar os danos ao meio ambiente.
Além da atuação direta no combate ao fogo, um aspecto crucial das operações é a preservação da fauna local. O Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap) desempenha um papel vital nesse esforço, realizando ações específicas para garantir a sobrevivência dos animais afetados pelos incêndios. Entre as atividades do Gretap estão o afugentamento dos animais de áreas de risco e o fornecimento de suporte nutricional em regiões devastadas pelo fogo.
Arthur Falcette, secretário-executivo de Meio Ambiente da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destacou a importância dessas iniciativas: “Essa é uma das nossas agendas prioritárias. O Gretap foi criado em 2020 em decorrência dos grandes incêndios florestais. Hoje, nossa atuação se concentra em duas grandes frentes: o aporte nutricional e o afugentamento de fauna.”
Para facilitar a fuga dos animais para áreas seguras, a equipe do Gretap monitora a progressão das chamas e cria rotas de evacuação. A estratégia inclui o uso de aceiros, faixas sem vegetação criadas para conter e isolar os incêndios, um trabalho que é feito tanto pelo Corpo de Bombeiros quanto pelos fazendeiros locais. “Os aceiros são corredores vitais que permitem que a fauna escape das áreas em chamas e é essencial para o afugentamento”, explicou Falcette.
Nos locais já atingidos, o Gretap realiza o aporte nutricional básico para compensar a perda de alimento causada pelo fogo. Falcette esclareceu a diferença entre o aporte nutricional e a ceva de fauna silvestre, prática ilegal. “O aporte nutricional é feito em regiões afetadas pelo incêndio para ajudar os animais até que o ecossistema se regenere. É diferente de ceva, que é uma prática proibida e considerada crime ambiental.”
A eficácia do trabalho do Gretap pode ser observada nos monitoramentos realizados, onde foram avistados cervos pantaneiros, aves e roedores se alimentando nas áreas de suporte nutricional.
A situação de emergência foi decretada em diversos municípios do estado, incluindo Aquidauana, Bodoquena, Bonito e Corumbá, e reconhecida pela União. Na semana passada, o governador Eduardo Riedel recebeu em Corumbá a visita de uma comitiva ministerial, composta pelas ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), além do ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), para acompanhar de perto as operações de combate aos incêndios.
Foi também anunciado um adicional de aproximadamente R$ 137,6 milhões em recursos federais, que se somam aos R$ 50 milhões já investidos pelo governo estadual. Esses fundos são destinados à manutenção das operações de combate, que podem se estender até outubro devido à temporada de calor intenso e seca severa prevista para a região.
O esforço contínuo de combate aos incêndios e a proteção da fauna no Pantanal é essencial para preservar um dos ecossistemas mais ricos e vulneráveis do Brasil. A mobilização e o suporte federal e estadual são cruciais para enfrentar a crise e mitigar os impactos devastadores dos incêndios.