Um relatório técnico divulgado nesta quarta-feira (15), elaborado pelo Centro de Apoio Técnico à Execução (Caex) Ambiental do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), alerta para os riscos de segurança no Morro de Santo Antônio, em Santo Antônio do Leverger, localizado a 35 km de Cuiabá. O documento, produzido após vistoria realizada no dia 3 de janeiro, aponta que processos erosivos estão comprometendo a segurança dos visitantes e exigem medidas urgentes de contenção.
A vistoria, conduzida pelo analista e engenheiro florestal José Guilherme Roquette, destaca que as obras de drenagem das águas pluviais implementadas pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) não são suficientes para combater os efeitos da erosão, que se intensificaram com o período chuvoso. O relatório também evidencia que a intervenção no local, que inclui a cobertura de 750 metros da estrada com aterro e a instalação de drenagem, tem sido danificada pelas condições climáticas, agravando ainda mais o problema.
A análise do Caex também revela que, apesar da interdição parcial do Morro de Santo Antônio pela Sinfra, a proibição de acesso não tem sido efetiva. Durante a vistoria, foram encontrados visitantes, tanto pedestres quanto ciclistas, circulando livremente pela área, inclusive no topo do morro, sem nenhuma sinalização adequada alertando sobre os riscos. Além disso, o relatório menciona a falta de infraestrutura básica, como corrimões ou vegetação nativa para dar apoio aos visitantes durante o trajeto, o que aumenta o potencial de acidentes.
Um dos casos mais preocupantes ocorreu no dia 5 de janeiro, quando uma mulher sofreu uma queda enquanto fazia trilha na região. A ausência de proteção do solo ao longo da estrada, que ocupa uma área de 2,97 hectares, também foi apontada como uma falha significativa, pois a terra exposta contribui para o agravamento da erosão.
Diante dos riscos identificados, o MPMT recomendou a adoção de medidas emergenciais, como a instalação de biomantas e sistemas para retenção de sedimentos, além da plantação de espécies nativas no local. O Ministério Público também solicitou que sejam colocadas placas informativas claras para alertar sobre a proibição de acesso e os perigos de segurança, a fim de evitar novos acidentes.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) foi procurada pela reportagem do G1, mas até o fechamento desta matéria não havia respondido aos questionamentos sobre as providências que estão sendo tomadas.
O Morro de Santo Antônio, que atrai muitos turistas e praticantes de trilhas, enfrenta agora um cenário preocupante, em que a falta de medidas adequadas de preservação e segurança pode colocar em risco a integridade dos visitantes e a conservação do local.