Uma tempestade repentina em Florianópolis causou pânico e caos na tarde desta quinta-feira (16), deixando muitas pessoas ilhadas em diversas regiões da cidade. Entre elas estava Reginaldo Alexandre Sebeliano, de 48 anos, que ficou preso por quatro horas com seu filho de quatro anos, Leonardo, em uma clínica médica no bairro Santa Mônica, na Zona Sul da capital.
Conforme o NSC Total, Reginaldo, que mora no Itacorubi, saiu de casa por volta das 13h30 para um compromisso e foi até a escola buscar seu filho, como fazia habitualmente. No entanto, o que parecia ser uma tarde comum rapidamente se transformou em um pesadelo. Ao sair da escola, ele tentou seguir pela Avenida Madre Benvenuta, mas foi surpreendido por um alagamento de grandes proporções.
“Foi tudo muito rápido”, conta Reginaldo, explicando que as águas começaram a subir sem aviso, bloqueando o caminho à frente. Ele tentou uma rota alternativa pela Avenida Madre Benvenuta, mas encontrou carros e vans flutuando, impossibilitando qualquer avanço. Sem opções, ele seguiu por uma rua transversal no bairro Córrego Grande, onde a água já chegava perto do capô do carro.
“Não tinha como ir para frente e nem voltar. A sorte foi que eu consegui entrar na clínica, que era o único lugar com estacionamento disponível”, relembra Reginaldo. A clínica, Vitaclass, localizada no Santa Mônica, acabou se tornando o refúgio para Reginaldo e seu filho, junto com outras 15 pessoas que também estavam ilhadas no local.
A situação, já angustiante, ficou ainda mais tensa quando um jacaré apareceu no rio próximo à clínica e nadou até o terreno. “Subimos para o segundo andar da clínica e vimos o jacaré da janela. Ele passou por nós, mas depois entrou no terreno onde estávamos”, contou Reginaldo. Apesar do susto, eles acionaram a Defesa Civil, que foi até o local para retirar o animal, que estava assustado.
A espera foi longa e tensa. Reginaldo descreve a cena como algo digno de filme: “A coisa foi tão tensa que as pessoas estavam subindo e descendo com o jacaré ali. Foi uma loucura”, relembra. Durante esse tempo, a água continuava a subir, e os moradores de Florianópolis enfrentavam uma situação de completo caos.
Após quatro horas de espera, Reginaldo e Leonardo conseguiram deixar a clínica por volta das 19h. “A água ainda estava na cintura, e eu tive que carregar meu filho até o carro”, relatou, aliviado por finalmente estar em segurança. Apesar do susto, os dois estão bem e já estão em casa, mas a experiência, sem dúvida, ficará marcada na memória de ambos.
