A criação da Universidade Federal do Pantanal (UFPantanal) voltou ao centro do debate na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nesta quinta-feira (3). O professor Helvio Rech, da USP, destacou o impacto positivo da instituição na educação, economia e preservação ambiental do estado.
Convidado pela deputada Gleice Jane, Rech utilizou a tribuna para destacar que a proposta vai além do ensino superior. Segundo ele, a universidade atuaria como uma força estratégica para o progresso sustentável do Pantanal.
“Trata-se da universidade pública, autônoma, sediada no coração do Pantanal e da América do Sul, um verdadeiro centro de excelência em pesquisas sobre áreas úmidas capaz de articular esforços científicos, tecnológicos e sociais, desenvolvendo ações concretas para a preservação desse patrimônio natural único e impulsionar o desenvolvimento econômico”, explicou.
Além disso, Rech reforçou que a Universidade Federal do Pantanal poderá impulsionar setores econômicos relevantes.
“A história mostra que onde há universidade, há crescimento econômico, inovação, qualificação de mão de obra, novas oportunidades de emprego e impacto social permanente. Exemplos são os de Santa Maria e Pelotas, e aqui temos Dourados”, afirmou.
Para garantir essa transformação, o professor defendeu a construção de um campus moderno em Corumbá, com biblioteca e laboratórios. Ele também ressaltou que o Brasil ainda possui um número limitado de universidades públicas, o que reforça a urgência do investimento federal na região.
O posicionamento recebeu adesão imediata de parlamentares. O deputado Pedrossian Neto (PSD) enalteceu o papel estratégico da educação superior para o desenvolvimento.
“Sim, é possível, e eu gostaria de incluir também a cidade de Miranda nesse projeto. A universidade tem que capturar e preparar as pessoas para as grandes tendências do século XXI. Conte conosco, vamos junto construir esse grande sonho”, frisou.
Por outro lado, o deputado Paulo Duarte (PSB) ressaltou os desafios históricos de Corumbá e defendeu a proposta como uma virada de chave para o município.
“A universidade é importante pois teria um orçamento próprio para este local, geraria a indústria do conhecimento, fortaleceria as relações de fronteira, e com certeza entendo que é a grande chance de desenvolvimento da região que tem limitações por conta das questões ambientais. Parabéns, conte conosco nessa luta. Sou um entusiasta dessa causa”, declarou.
Somando-se à mobilização, o deputado Renato Câmara (MDB) defendeu a autonomia universitária como motor para soluções locais.
“A UFGD trouxe autonomia para pensar a região, ganha-se então autonomia, como já aconteceu em Dourados, em Corumbá e na região do Pantanal, trazendo um ganho incrível”, afirmou.
Enquanto isso, Gleice Jane(PT) lembrou que a demanda vem diretamente das comunidades ribeirinhas e destacou o papel da universidade na integração internacional e na produção de conhecimento.
“Esse projeto vem de encontro ao anseio da população e à necessidade de desenvolvimento econômico pautado em novas rotas em relação aos países vizinhos, à rota bioceânica”, disse.
“O Pantanal merece essa universidade, a fronteira merece. Corumbá pode ser um portal de integração da fronteira, como um portal binacional.”
Para encerrar o debate, o deputado Pedro Kemp (PT) propôs um encaminhamento prático à mobilização coletiva.
“Sugiro que façamos um documento para pedir apoio à bancada federal, já que há um apoio unânime desta Casa de Leis”, concluiu.
Com mais informações: Agência/ALEMS - Foto: Wagner Guimarães/ALEMS
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