Rota Bioceânica: regionalização hospitalar avança

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Rota Bioceânica

O Governo de Mato Grosso do Sul avança na reorganização da rede hospitalar nas regiões sul e sudoeste do estado. A medida integra o planejamento estratégico frente ao impacto da Rota Bioceânica, especialmente em municípios da faixa de fronteira. O modelo prevê atendimento por níveis: atenção primária e estabilização nas cidades de origem, média complexidade nos polos regionais e alta complexidade em centros como Campo Grande e Dourados.

Encontro Binacional

Em seguida, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) apresentou essa proposta no Encontro Binacional realizado em abril, em Ponta Porã. A regionalização busca ampliar a cobertura hospitalar e adaptar a estrutura de atendimento ao crescimento populacional esperado, principalmente em Porto Murtinho, cidade estratégica por conta da ponte internacional que ligará o município à Carmelo Peralta, no Paraguai.

“Além dos riscos associados à mobilidade, como acidentes e traumas, há a necessidade de ampliar o acesso à saúde preventiva e curativa em todas as complexidades”, explica João Ricardo Tognini, da Assessoria Técnica Médica da SES.

Posteriormente, o projeto inclui a criação de cinturões de média complexidade em torno dos polos de alta complexidade. Municípios como Bela Vista, Antônio João e Jardim passarão a absorver parte das demandas, com foco em especialidades como ortopedia, ginecologia e urologia. A lógica do modelo prevê a descentralização dos serviços e a redução de deslocamentos longos para casos não emergenciais.

Além disso, Porto Murtinho concentrará esforços no fortalecimento da atenção primária, com encaminhamentos regulados para cidades de apoio. Já Ponta Porã, com mais de 90 mil habitantes, tem estrutura para atender cirurgias e internações clínicas de média complexidade. A SES avalia o reforço tecnológico no Hospital Regional local e a ampliação de especialidades com foco na resolutividade local.

Paralelamente, o transporte aeromédico se mantém como elemento-chave na reestruturação, garantindo agilidade em situações críticas. O modelo regionalizado integra investimentos em infraestrutura, gestão de leitos, capacitação de equipes e regulação estadual, ampliando o acesso à saúde com segurança e menor custo logístico.

“Não basta construir hospitais. É preciso considerar a capacidade de gestão local, o perfil populacional e a lógica de funcionamento em rede. Em muitos municípios, manter equipes completas e estrutura de alta complexidade não é viável”, afirma o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa.

“Para isso, estamos fortalecendo desde a atenção primária aos mecanismos de regulação incluindo pontos mais complexos como transporte aeromédico. Todo esse trabalho tem o intuito de garantir que o paciente esteja no lugar certo, na hora certa, com o cuidado adequado.”

Encontro de Cooperação Interfederativa em Saúde

Por fim, a regionalização hospitalar foi tema também do Encontro de Cooperação Interfederativa em Saúde Brasil – Paraguai, realizado nos dias 28 e 29 de abril em Ponta Porã. O evento reuniu representantes dos dois países e organismos internacionais para discutir estratégias de cooperação na fronteira.

“O mapeamento nos permitirá entender, em detalhes, a realidade de cada município, utilizando o cruzamento de dados a fim de verificar onde há falta de insumos, profissionais ou leitos. Esse levantamento é essencial para direcionar investimentos e criar uma rede de saúde integrada”, afirmou a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone.

Atualmente, o termo de cooperação firmado entre Brasil e Paraguai estabelece o início de um levantamento conjunto da estrutura hospitalar nas cidades da fronteira, com início previsto para os próximos 30 dias. A medida deve orientar decisões futuras em saúde pública e integração regional diante do avanço da Rota Bioceânica.

Fonte: Comunicação SES - Foto: reprodução

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