Apesar das diferenças visuais marcantes, a onça-preta e a onça-pintada pertencem à mesma espécie: Panthera onca. A explicação está em uma mutação genética conhecida como melanismo, que intensifica a produção de melanina — a proteína responsável pela pigmentação da pele e pelos.
Essa condição genética faz com que o animal tenha a pelagem escura, mas as pintas características da espécie ainda podem ser vistas sob determinados ângulos ou iluminação. Por isso, o termo “pantera negra”, tão difundido popularmente, refere-se tanto a onças quanto a leopardos com melanismo — animais diferentes, mas com mutações semelhantes.
Uma mutação, muitas origens
O melanismo tem em diferentes espécies da família dos felinos (Felidae), e estudos moleculares revelam que essa característica surgiu várias vezes ao longo da evolução. No caso da onça-pintada, o gene do melanismo é dominante. Isso significa que basta um dos pais ser melânico para que exista maior chance de filhotes com pelagem escura.
Mesmo assim, as onças-pretas são raras na natureza. Um estudo com 794 amostras de onças-pintadas registrou apenas 9% de indivíduos melânicos, concentrados principalmente em áreas de floresta densa como a Amazônia, a Mata Atlântica, o Cerrado e a Caatinga.
A explicação pode estar na luz do sol
Fatores ambientais como temperatura, umidade, precipitação e, principalmente, radiação solar influenciam na ocorrência de animais melânicos. Regiões mais fechadas e sombreadas favorecem a camuflagem da onça-preta, tornando o melanismo uma vantagem evolutiva. No Pantanal, com áreas mais abertas e alta exposição solar, essa característica seria menos vantajosa, o que explicaria sua ausência.
Fonte: Onçafari - Foto: Catarina Furtado/VC no TG
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