Corumbá (MS) — Um grupo de especialistas em aves rapinantes retornou neste mês ao Pantanal sul-mato-grossense com uma missão ambiciosa: localizar o ninho de uma harpia (Harpia harpyja), também conhecida como gavião-real. A expedição acontece durante o período reprodutivo da espécie, mais de dez anos após o primeiro registro confirmado da ave na região de Corumbá.
Embora a presença do casal esteja comprovada, os pesquisadores ainda desconhecem a quantidade exata de indivíduos vivendo na área. O monitoramento tem como objetivo compreender melhor os hábitos da espécie e criar estratégias mais eficazes para sua conservação.
Busca desafiadora em matas densas
A localização do ninho representa o próximo passo da expedição. No entanto, essa não é uma tarefa simples. Segundo os pesquisadores, as harpias constroem seus ninhos em árvores altas, robustas e muitas vezes em áreas de difícil acesso, o que exige equipamentos específicos, logística complexa e muito tempo de campo.
Harpia: símbolo da biodiversidade e espécie ameaçada
Considerada uma das maiores aves de rapina do mundo, a harpia pode alcançar até 2,20 metros de envergadura. Predadora no topo da cadeia alimentar, ela desempenha um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas onde vive.
No entanto, a espécie enfrenta sérias ameaças. A perda de habitat, provocada pelo avanço do desmatamento e da atividade humana, além da caça ilegal, contribui para a redução populacional. Por isso, a confirmação de um casal reprodutivo no Pantanal representa um avanço importante para sua conservação no bioma.
Conservação e pesquisa aliadas no Pantanal
O retorno da equipe de pesquisa a Corumbá sinaliza o fortalecimento das ações de monitoramento da fauna silvestre no Mato Grosso do Sul. Ao mesmo tempo, ressalta a importância da preservação de áreas naturais intactas, fundamentais para a sobrevivência de espécies sensíveis como a harpia.
Os resultados da expedição devem embasar futuras políticas de conservação e inspirar novas ações de educação ambiental e turismo de natureza responsável na região.
Foto Destacada: Biólogo Gabriel Oliveira