Uma harpia resgatada no sul do Pará retornou ao seu habitat nesta quarta-feira (30). A ave de rapina passou por quase dois meses de tratamento e reabilitação em Mato Grosso. O resgate ocorreu na BR-163 e foi realizado por uma concessionária autorizada a operar nos dois Estados.
Após o resgate, a harpia foi levada até Sorriso (MT), onde percorreu um trajeto de cerca de mil quilômetros. A clínica veterinária local, conveniada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), recebeu o animal em estado crítico.
Tratamento veterinário especializado
A harpia chegou à clínica no dia 29 de maio, mas sem movimentação ou sensibilidade nos pés. A equipe veterinária iniciou um tratamento emergencial com medicamentos e acupuntura. Em 15 dias, a ave já respondia positivamente, recuperando parte da mobilidade nos membros inferiores.
Com a melhora clínica, os veterinários realizaram exames complementares para descartar doenças. Como não identificaram patologias, seguiram com a reabilitação física até a recuperação total da ave.
Treinamento para reintegração
Em 19 de junho, a Sema transferiu a harpia para o Santuário de Elefantes Brasil, em Chapada dos Guimarães. O local possui estruturas adequadas para o treinamento de voo. A ave passou semanas fortalecendo a musculatura e reaprendendo técnicas de caça.
Ademais, esse processo foi essencial para garantir que ela estivesse apta a viver novamente em ambiente natural. O treinamento ocorreu em um recinto com aproximadamente oito metros de altura.
De volta ao habitat no Pará
Após avaliação final, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) autorizou a soltura. A ave foi levada ao Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, área que integra o Projeto Harpia. Técnicos especializados da Ampara Silvestre cuidaram da recaptura no santuário antes da viagem.
A operação exigiu técnicas específicas por conta da altura do recinto. A equipe garantiu a segurança da ave em todas as etapas.
Por fim, a ação reuniu esforços entre diferentes instituições públicas e privadas. O caso reforça a importância da cooperação para preservar espécies ameaçadas e garantir a reabilitação adequada da fauna silvestre brasileira.
Momento da soltura:
Fonte: Sema-MT