Uma decisão recente da Justiça de Mato Grosso autorizou a liberação de cerca de 7 mil cabeças de gado que estavam apreendidas em propriedades embargadas por desmatamento ilegal no Pantanal.
As fazendas envolvidas estão localizadas nos municípios de Barão de Melgaço e Poconé, e fazem parte de um processo que investiga a destruição de mais de 81 mil hectares de vegetação nativa, parte dela por meio de desmatamento químico.
A criação de gado estava suspensa como medida cautelar, mas a decisão judicial do dia 5 de agosto entendeu que a atividade pecuária é fundamental para manter a receita do empreendimento e garantir meios de subsistência ao proprietário rural. De acordo com o entendimento, o embargo das áreas já seria suficiente para garantir eventual ressarcimento dos danos ambientais, que foram estimados em mais de R$ 5 bilhões, somando-se multas e valores de compensação.
As investigações apontam uso de agrotóxicos em larga escala para “limpeza” da vegetação, técnica considerada extremamente agressiva e proibida pela legislação ambiental. A operação, realizada por órgãos federais e estaduais, envolveu o monitoramento por satélite, fiscalização em campo e apreensão de bens.
A decisão de liberar o rebanho reacendeu o debate sobre os limites entre a proteção ambiental e a manutenção da atividade econômica. Ambientalistas alertam que medidas mais firmes seriam necessárias para impedir a reincidência de crimes ambientais.
Por outro lado, setores do agronegócio argumentam que o embargo já representa um impacto significativo, e que a produção deve ser mantida até o julgamento final do caso.
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