No coração do Pantanal, o fotógrafo Rafael Prete testemunhou uma das cenas mais intensas da natureza selvagem: uma onça-pintada espreitando outra onça-pintada. Era o fim da tarde quando Surya e sua filhota Dakari caminhavam por um campo aberto. À frente, outro par de olhos brilhava na penumbra, Anouk, uma fêmea cujo território se sobrepõe ao de Surya.
As duas se enfrentaram com vocalizações graves e afiadas, marcando território e tensão. Depois de minutos de confronto, Surya parecia recuar. Mas, ao perceber Anouk distraída, mudou de postura: abaixou o corpo, firmou as patas largas no solo e começou a se mover com um silêncio absoluto.
Quando quer, a onça caminha de forma tão discreta que nem outra onça é capaz de ouvi-la. Foi assim que Surya se aproximou, passo a passo, até atacar de surpresa — um lembrete do quão precisa, paciente e estratégica é a caçadora do Pantanal.