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  • quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 - Campo Grande MS

Pecuaristas tiram R$ 9,1 milhões em bonificação com abate de quase 80 mil bovinos em MS

Bois

Divulgação/ABPO

Os pecuaristas sul-mato-grossenses associados à ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável), bateram novo recorde de abates em 2022, chegando ao total de 78.337 bovinos prontos destinados aos frigoríficos. Os produtores que optam pelo sistemas de produção – orgânico ou sustentável –, no Pantanal arrecadaram R$ 9,1 milhões em bonificação.

O abate cresceu em 87,55% na comparação com os abates de 2021. Com isso, o programa do governo do estado, que diminui o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) gerou uma bonificação aos pecuaristas, segundo a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

“O volume crescente de abates representa que a classe produtora está cada vez mais engajada em produzir de forma estratégica e consciente. Já os recursos gerados, via desconto do ICMS, deixam claro que políticas públicas eficientes geram resultados práticos, como a maior produção de proteínas com origem certificada, por meio de um modelo rígido de produção”, diz Eduardo Cruzetta, presidente da ABPO.

A entidade faz uma diferenciação entre os bovinos orgânicos e sustentáveis, por meio de protocolos. No caso dos orgânicos, o animal é criado solto no pasto sem adubação química, caso recebam ração ela também precisa ser orgânica e a prevenção e tratamento de doenças são baseadas na homeopatia ou fitoterapia, além das vacinas obrigatórias. Já o selo de “boi sustentável” reconhece qualquer animal nascido e criado no sistema produtivo tradicional pantaneiro, com origem rastreada.

Segundo a Semadesc os avanço dos abates têm relação direta com o Programa Carne Sustentável do Pantanal e à adesão dos produtores ao programa, que oferece desconto de ICMS de 50% à produção sustentável e 67% àqueles que optam pelo modelo de produção orgânico.

O bovino pantaneiro é considerado um patrimônio genético. Atualmente, programas como o da ABPO buscam valorizar esse tipo de animal e seu bioma, por meio da modernização do manejo, melhoria genética e carne com valor agregado. A área de pastagens no Pantanal é estimada em 2,3 milhões de hectares, com um rebanho de cerca de 9,5 milhões de bovinos.

Para o diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno, o atual formato utilizado pela entidade traz valor à cadeia produtiva, do consumidor ao produtor rural, passando por meio ambiente e a sociedade.

“Trabalhamos pela valorização desses pecuaristas, que têm aderido ao sistema sustentável de produção em diversos biomas, a exemplo do que acontece no Pantanal de Mato Grosso do Sul”, afirma. (com Forbes)


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