
Adaptado a viver em ambientes variados, um tamanduá-bandeira chamou a atenção da bióloga do Cristalino Lodge, Cynthia Lebrão, enquanto realizava uma guiada pelo rio Cristalino, em Alta Floresta-MT. Ele registrou no começo do mês o animal atravessando o rio a nado.
“Estávamos em quatro pessoas no barco: eu, o piloteiro, um colega guia da Costa Rica e um outro turista estrangeiro. Todos ficaram surpresos. Eu fiquei muito emocionada porque não via um tamanduá-bandeira desde 2019, quando deixei a região de Bonito no Mato Grosso do Sul e me mudei para a Amazônia. No Pantanal sul é mais fácil a observação dessa espécie por ser um ambiente mais aberto e com muitos cupinzeiros grandes, onde eles obtêm a maior parte da alimentação”, conta ao G1.
A guia relembra que, enquanto tomavam o café da manhã naquele domingo, o colega costarriquenho disse que nunca tinha visto um tamanduá-bandeira e que a espécie era como uma lenda no país dele. O outro turista estrangeiro já havia visto o animal no pantanal, mas não a ponto de reconhece-lo de imediato só com o focinho para fora do rio.
Ela explica que avistamentos de tamanduá-bandeira na Floresta Amazônica não são comuns porque o ambiente é denso e fechado. “No Cristalino Lodge temos registros mais numerosos desse animal nas armadilhas fotográficas que colocamos para monitoramento da fauna. No ano passado foram poucos encontros ao vivo, em torno de cinco e eu não estive presente em nenhum. Atravessando o rio é ainda mais incomum de ver”, afirma a bióloga.
“Foi um registro completo. Primeiro porque é um dos meus animais preferidos, segundo porque foi na floresta amazônica e ainda nessa ocasião: atravessando o rio”. Cyntia conta que, pelo tamanho, muito provavelmente se tratava de um adulto que atravessava de uma margem à outra, em uma passagem rápida”.



