Jovens recebem capacitação turística para aturem no mercado de trabalho no Pantanal
Uma das cidades mais antigas de Mato Grosso do Sul, Corumbá guarda um rico patrimônio cultural simbolizado em práticas como a viola de cocho e o Banho de São João, além de estar entre os municípios que possui o bioma Pantanal, maior reservatório de água doce do mundo. Estas características tornam o destino atrativo para turistas – e a organização do setor turístico pode significar a entrada de mais visitantes na região, gerando ganhos para a economia local.
Olhando para este cenário, por meio do programa Pró Pantanal, o Sebrae/MS e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) estão, desde setembro do ano passado, promovendo capacitações junto a cerca de 150 alunos de quatro escolas localizadas na região do Alto Pantanal: Jatobazinho, Paraguai Mirim, Barra do São Lourenço e Santa Mônica. São crianças e adolescentes que vêm aprendendo mais sobre a história, geografia e natureza local.
O objetivo, com este trabalho, que encerra agora em agosto, é promover a capacitação dos estudantes com olhar para a formação de “guias mirins” de natureza e contação de histórias, possibilitando, futuramente, a introdução desses jovens no mercado de turismo de Corumbá. A própria região do Alto Pantanal possui vocação para atividades turísticas, com base em mapeamento social já realizado pelo Sebrae e IHP.
“O mapeamento social desempenha um papel crucial na consolidação de propostas de desenvolvimento turístico, uma vez que identificam recursos únicos naturais, culturais e históricos exclusivos do Alto Pantanal, incluindo tradições culturais e modos de vida tradicionais. Por serem pontos exclusivos, podem ser destacados nos roteiros turísticos para atrair visitantes em experiências e trabalhar com os jovens das comunidades ribeirinhas o sentido de pertencimento, vislumbrando oportunidade de no futuro empreender no setor turístico através de seus saberes, garantindo o desenvolvimento socioeconômico das comunidades quanto à preservação da sua cultura e do meio ambiente”, explica a analista-técnica do Sebrae/MS, Katia Muller.
De acordo com a consultora técnica sênior no IHP, Grasiela Porfírio, a cada sensibilização nas escolas, um tema diferente foi tratado, como diversidade da fauna do Pantanal, a gestão de resíduos sólidos, vegetação e formas de dispersão de sementes no bioma, a coexistência entre ser humano e fauna e os conflitos que podem existir, além do comportamento das onças-pintadas, animal presente no convívio dos jovens.
“Essas capacitações ocorrem dentro da proposta de reforçar a educação ambiental e entendimento para valorização do bioma para jovens de comunidades ribeirinhas, que já têm um contato muito importante com a natureza. Temos a proposta de replicar e reforçar esse compromisso de conservação e permitir que eles possam entender melhor sobre o desenvolvimento sustentável no longo prazo. Buscamos mostrar que o Pantanal é um ativo na vida deles”, explica a consultora Grasiela Porfírio.