Uma amizade incomum entre um macaco bugio amarelo e um cateto (Pecari tajacu) vem chamando atenção em uma pousada localizada no município de Barão de Melgaço, a 121 km de Cuiabá (Mato Grosso). O comportamento dos dois animais resgatados tem despertado a curiosidade de turistas e especialistas.
O macaco, chamado Sansão, tem três anos de idade. Já o cateto, apelidado de Pokinha, tem um ano e meio. Ambos vivem na pousada de Tarso Lopes, que há mais de 12 anos recebe e cuida de animais silvestres encaminhados por órgãos ambientais. Desde 2020, a propriedade atua em convênio com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para ajudar na reintegração de fauna resgatada.
Segundo a bióloga Lorena Amorim, a interação entre os dois filhotes pode ser explicada por aspectos naturais do comportamento animal. O mais visível deles é o Grooming, prática em que o macaco realiza a “catação” de pelos em Pokinha. “Esse comportamento fortalece vínculos sociais, reduz o estresse e ajuda no controle de parasitas”, explica Lorena.
Segurança e afeto?
Além do grooming, a formação de laços entre filhotes de espécies diferentes pode estar associada à busca por segurança e afeto durante a fase de desenvolvimento. Animais órfãos ou criados em ambientes controlados costumam se aproximar de outros indivíduos, mesmo de espécies distintas, para suprir necessidades básicas de convivência.
Embora incomum, a relação entre o macaco bugio amarelo e o cateto segue monitorada por profissionais e ocorre dentro de parâmetros de bem-estar animal. De acordo com Tarso, a interação entre os dois é espontânea e ocorre desde que o cateto chegou à pousada.
Por fim, a situação ilustra como ambientes de reintegração bem estruturados podem proporcionar interações positivas, mesmo entre espécies distintas. A pousada segue recebendo visitantes interessados não apenas na paisagem natural, mas também nas histórias de convivência entre os animais em reabilitação.
Fonte: G1
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