Antas são jardineiras da floresta que ajudam a regenerar os biomas brasileiros

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Frequentemente subestimada e até usada como xingamento no Brasil, a anta-brasileira (Tapirus terrestris) é, na verdade, uma espécie fundamental para a manutenção dos ecossistemas sul-americanos. Considerada a “jardineira da floresta”, ela atua como um dos principais dispersores de sementes da fauna, contribuindo diretamente para a regeneração natural da vegetação nativa.

Onde vive a anta?

A anta é encontrada em diversos biomas brasileiros: Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Recentemente, pesquisadores liderados pela especialista Patrícia Medici também identificaram a presença de antas na Caatinga, onde eram consideradas extintas desde 2012.

Características do maior mamífero terrestre da América do Sul

As antas são ungulados (da mesma ordem que cavalos e zebras), herbívoras e não-ruminantes. As fêmeas são maiores que os machos, podendo pesar entre 180 kg e 300 kg. Adultas, elas medem até 2 metros de comprimento e cerca de 1 metro de altura.

Dotada de um focinho alongado e flexível, a anta utiliza essa estrutura para se alimentar de frutos e folhas. Apesar da aparência robusta, é bastante ágil na água, onde encontra abrigo e alimento.

Os filhotes nascem com listras e manchas brancas, que desaparecem com o tempo. Em 2021, foi registrado o primeiro nascimento de gêmeos em vida livre, um evento raro, ocorrido em uma reserva na Mata Atlântica, em São Paulo.

Reprodução e hábitos

Antas são animais solitários e geralmente se juntam na época do acasalamento. A gestação dura de 13 a 14 meses e além disso, resulta no nascimento de um único filhote. O macho não participa dos cuidados parentais, e o jovem permanece com a mãe por até dois anos.

Alimentação e papel ecológico

Com uma dieta baseada em folhas, frutos, cascas e pequenos galhos, a anta consome grandes volumes de vegetação. Suas fezes ricas em sementes são distribuídas pelas áreas por onde passa, favorecendo a recomposição florestal, especialmente em regiões degradadas.

Esse papel ecológico lhe rendeu o apelido de “jardineira da floresta”, sendo essencial para o equilíbrio dos biomas em que vive.

Ameaças à sobrevivência

Apesar de sua importância, a anta está listada como “Vulnerável” à extinção pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e também na lista oficial do ICMBio.

Entre as principais ameaças à espécie estão:

  • Desmatamento e fragmentação de habitats
  • Atropelamentos em rodovias
  • Caça ilegal, tanto por retaliação quanto pelo interesse em sua carne e couro

A conservação da anta é fundamental para proteger não apenas a espécie, mas também os serviços ecológicos que ela oferece à natureza e à humanidade.

PORTAL PANTANAL OFICIAL

Foto: Gustavo Figueirôa

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