Hilton Oliveira é médico oftalmologista há quase 40 anos. Nascido e criado em Campinas (SP), atualmente trabalha no Instituto Penido Burnier e sua especialidade é o tratamento de córnea.
A córnea é uma estrutura transparente localizada na frente do globo ocular. Trata-se de um tecido fino, delicado e transparente que nos permite ou não enxergar com nitidez. Lidar com ela é um trabalho minucioso, “uma coisa de detalhes” como define Hilton.
Por coincidência ou não, o oftalmologista também é observador de aves, hobby que mantém há pelo menos sete anos. Só no Wikiaves, portal de registros de observadores brasileiros, Hilton possui 1953 fotos, de 1023 espécies diferentes, e já embarcou em expedições como a busca ao pato-mergulhão.
Nas redes sociais, o médico administra o perfil “Olhar Verde”, no qual inclui seus registros fotográficos. São fotos de saíras, pica-paus, beija-flores, corujas e muitas outras aves. Vez ou outra também posta imagens de onças, quatis e demais animais selvagens.
“Sempre gostei de fotografar, desde adolescente. As aves mesmo começou em uma viagem para o Pantanal. Muito bicho, né? Eu estava no Hotel Caiman e o guia do passeio começou a conversar sobre isso, falou do Wikiaves, falou mais profundamente das aves e eu fui me interessando”, relembra.
“Fui trocando o equipamento, sempre que tinha um lançamento eu ia atrás. Comecei a conhecer guias. De lá pra cá, é uma viagem atrás da outra. Antes da pandemia era quase todo mês, na pandemia deu uma parada”, completa em entrevista ao G1.
Hilton conta que, neste ano, viajou três vezes para fotografar na natureza. Ao longo dos anos, passou por dez países e esteve em todos os continentes, com exceção da Ásia. Geralmente, quando está em busca das aves, viaja com seu guia. Em outras ocasiões, é acompanhado pela esposa e os filhos.
Dentre os destinos mais marcantes, ele cita a África do Sul e a ilha de Galápagos, e de todas as aves que gosta, o papagaio-do-mar aparece como a sensação do momento.
“No momento, eu tô apaixonado pelo papagaio-do-mar (Fratercula arctica). Inclusive nós estamos indo para o País de Gales no próximo ano, exatamente pra ver o bicho, vamos ver o que vai virar”, diz ele.
Embora tenha fotografado outros animais, Hilton considera a observação de aves uma atividade mais abrangente, com guias experientes e com muita troca de conhecimento na internet.
“Os mamíferos são lindos, mas existem bem menos aqui no Brasil. Além disso, o Wikiaves é muito interessante, se aprende muito, é um grupo grande e sempre tem alguma novidade. As fotos estão cada vez num nível técnico melhor e é uma atividade que tem no mundo inteiro, né?”, argumenta.