A ONG alemã ACTP (Association for the Conservation of Threatened Parrots), conhecida por atuar na conservação da ararinhas-azuis, está sob investigação no Brasil. Mesmo após o encerramento de seu contrato com o governo federal em 2024, continua operando no país e levantou suspeitas entre as autoridades.
Fundada por um ex-segurança noturno, a ACTP ganhou projeção internacional ao liderar programas de reprodução da ararinha-azul em cativeiro. No entanto, uma apuração recente revelou falta de transparência em suas transações internacionais envolvendo a espécie. A ONG teria vendido quatro ararinhas a criadores europeus por € 300 mil (cerca de R$ 1,9 milhão), sem consultar oficialmente o Brasil, prática considerada ilegal diante dos acordos de conservação..
A ACTP supostamente enviou 26 ararinhas a um zoológico na Índia, o que, segundo o ICMBio, configura comércio fora do escopo conservacionista. Como consequência, o instituto optou por romper o contrato com a entidade alemã.
A empresa brasileira Blue Sky, parceira da ACTP, assumiu a responsabilidade pelo projeto de reintrodução das aves no município de Curaçá, na Bahia. No entanto, o envolvimento de seu fundador, um ex-servidor do próprio ICMBio, gerou acusações de possível conflito de interesses, também alvo de apuração pelo MPF.
Em materia pubicada por Danuzio Neto, relatórios atrasados, desentendimentos com autoridades ambientais e a dependência logística do Brasil em relação à ONG acentuam as dúvidas sobre a transparência, e por fim, a lisura da atuação da ACTP no território nacional.
Fonte:Danuzioneto - Foto: Patrick Pleul/dpa-Zentralbild/dpa Picture-Alliance/via AFP