O atropelamento de uma onça-pintada na BR 262, no último dia 19 de janeiro, gerou cobrança por medidas de proteção à fauna em Mato Grosso do Sul. O animal, encontrado morto pela Polícia Militar Ambiental, é o 20º caso de morte de onça-pintada registrado na rodovia desde 2016, de acordo com levantamento do Instituto Homem Pantaneiro.
A morte da onça aumenta a pressão sobre o poder público para que sejam implementadas ações efetivas para proteger a fauna. Em maio de 2023, o Instituto SOS Pantanal organizou um protesto diante da sede do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), destacando a necessidade urgente de ações preventivas. A manifestação, que contou com a participação de diversas entidades, incluiu a exposição de carcaças de animais atropelados no trecho da BR-262 entre Campo Grande e Corumbá, simbolizando o impacto das colisões na vida selvagem da região.
Embora a mobilização tenha gerado alguma repercussão, as ações concretas para reverter a situação ainda são consideradas insuficientes. Em 2024, foi finalmente aprovado o Plano de Mitigação para a BR-262, que prevê obras como cercamentos, passagens de fauna e a instalação de novos radares e redutores de velocidade. Apesar disso, organizações ambientais, como o SOS Pantanal, alertam que os avanços são lentos e que a implementação dessas medidas ainda enfrenta obstáculos.
Gustavo Figueiró, biólogo e diretor de comunicação do Instituto SOS Pantanal, destaca a urgência do problema: “É revoltante assistir essas mortes diárias e saber que os números alarmantes são subestimados. Com certeza, os números reais são muito maiores. Já protestamos de todas as formas, inclusive presencialmente na sede do DNIT, mas, na prática, ainda não vimos resultados concretos.”