No cenário desafiador das queimadas no Pantanal, um grupo de heróis anônimos emerge para enfrentar o fogo com coragem e determinação: as brigadas voluntárias. Composta por pessoas que vivem no território pantaneiro, essas brigadas desempenham um papel crucial no combate aos incêndios, atuando em estágios iniciais para conter os focos e proteger a biodiversidade única da região.
Em 2023, a atuação das brigadas voluntárias foi determinante para evitar inúmeros incêndios no Pantanal. Um relatório elaborado pela especialista Fernanda Cano, da Ecoa, destaca a importância desses grupos na prevenção e combate aos incêndios, principalmente nas áreas sob coordenação da organização. Utilizando métodos e fontes de monitoramento precisos, as brigadas conseguiram deter o avanço das chamas em diversas frentes.
Na Área de Proteção Ambiental Baia Negra, em Ladário (MS), por exemplo, as brigadas agiram em conjunto com o PrevFogo/IBAMA para conter rapidamente um incêndio que ameaçava a Unidade de Conservação. Situações semelhantes foram enfrentadas em outras regiões, como na Estrada Parque Pantanal e na Serra do Amolar, onde os brigadistas trabalharam incansavelmente para proteger o patrimônio natural.
A formação dessas brigadas é fruto de um trabalho contínuo iniciado pela Ecoa em 2000. Hoje, o Pantanal conta com mais de 50 brigadas voluntárias, coordenadas por André Siqueira, diretor da organização. O apoio de instituições como o Fundo Casa Socioambiental, o ICAS e o WWF Brasil tem sido fundamental para capacitar e equipar esses grupos, garantindo sua eficácia no combate aos incêndios.
No entanto, apesar dos esforços das brigadas, o desafio ainda é grande. Em 2023, mais de 1,1 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo no Pantanal, causando danos irreparáveis à fauna, flora e às comunidades locais. A falta de brigadas em algumas regiões, como no Porto da Manga, em Corumbá, evidencia a necessidade de expandir e fortalecer esse trabalho voluntário para proteger o bioma pantaneiro.