Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do MS, somam mais de 800 atendimentos

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Em pleno coração do Brasil, o Mato Grosso do Sul abriga uma das estruturas mais importantes do país voltadas à conservação da fauna silvestre. Gerido pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) completou quase quatro décadas de dedicação ao resgate e à recuperação de animais vítimas de ações humanas. Apenas no primeiro semestre de 2025, o CRAS realizou 808 atendimentos, um número que destaca a amplitude e o impacto do trabalho.

Desde sua fundação, em julho de 1987, o centro consolidou-se como referência nacional. Sua atuação engloba triagem especializada, atendimentos clínicos, reabilitação nutricional e comportamental e, sempre que possível, a devolução dos animais à natureza. Quando isso não é viável, o CRAS busca parcerias com zoológicos e instituições de pesquisa devidamente licenciadas.

Hospital Ayty amplia capacidade de resposta e acolhimento

Esse trabalho ganhou um novo aliado com a inauguração do Hospital Veterinário de Animais Silvestres Ayty, uma estrutura moderna que soma mais de 1.150 m² dedicados exclusivamente à saúde da fauna silvestre. Com mais de R$ 6 milhões em investimentos em obras e equipamentos, o hospital oferece desde primeiros socorros até cirurgias e tratamentos de reabilitação prolongada.

O nome “Ayty”, que significa “cuidado e acolhimento” em tupi-guarani, reflete a missão do espaço: unir tecnologia, empatia e eficiência na recuperação de vidas silvestres.

Números que traduzem impacto

Entre janeiro e junho de 2025, 808 animais silvestres passaram pelos cuidados do CRAS, representando uma diversidade impressionante de espécies. Atualmente, cerca de 320 animais permanecem sob cuidados contínuos.

  • Aves continuam liderando os atendimentos, com grande presença de psitacídeos — como araras, maritacas, periquitos e papagaios.
  • Mamíferos somam 14,48% dos atendimentos (cerca de 415 registros), incluindo onças, tamanduás, lobinhos e macacos.
  • Répteis, como cobras, jabutis e jacarés, representam 7,15% (205 indivíduos).
  • Até anfíbios e invertebrados recebem atendimento, mesmo que em menor número (0,52%), refletindo um compromisso real com todas as formas de vida.

“Cada animal resgatado e reabilitado reflete a eficácia das ações integradas de fiscalização, manejo e conservação. O CRAS é peça-chave na política ambiental de Mato Grosso do Sul”, afirma André Borges, diretor-presidente do Imasul.

Ações emergenciais e Operação Pantanal

O CRAS também desempenha papel estratégico em operações de emergência ambiental, como a Operação Pantanal, que atua no resgate de animais feridos por queimadas. Em conjunto com instituições como a PMA, Corpo de Bombeiros, Ibama e Gretap, a equipe já ativou protocolos de atendimento rápido, com triagem imediata e encaminhamento ao Hospital Ayty.

Esse preparo é crucial diante do aumento de filhotes órfãos, cuja sobrevivência depende de cuidados intensivos após a destruição de seus habitats por queimadas ou desmatamento.

“A diversidade de espécies atendidas exige conhecimento técnico e sensibilidade. Cada animal representa uma história de resistência”, destaca Aline Duarte, gestora do CRAS.

Mais que atendimento: ciência e educação

Além disso, o CRAS também se destaca pela atuação científica. Parcerias com universidades e centros de pesquisa garantem estudos contínuos sobre nutrição, comportamento e bem-estar animal. Além disso, mesmo sem visitação aberta ao público, o centro desenvolve campanhas educativas, promovendo uma cultura de empatia e respeito à fauna.

Símbolo de esperança e resistência

Assim, se tornam mais do que um centro de triagem, o CRAS é símbolo de esperança para a biodiversidade brasileira. Ao transformar traumas em reabilitação e ameaças em ações de conservação.

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Fonte: IMASUL
Fotos: Arquivos, Saul Schramm e Gustavo Escobar

PORTAL PANTANAL OFICIAL

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