Após um período seco histórico em 2024, a Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai voltou a ganhar fôlego. Dados do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) indicam que as chuvas registradas entre outubro de 2024 e abril de 2025 superaram a média histórica em 8 dos 11 pontos monitorados, promovendo uma recuperação significativa dos níveis dos rios.
Ladário, Miranda e Palmeiras foram os destaques no mapa de precipitação. Ladário registrou 1.082,8 mm de chuva, ultrapassando em mais de 400 mm a média esperada. Miranda e Palmeiras também superaram seus padrões históricos, acumulando 1.034,2 mm e 1.091,8 mm, respectivamente.
O impacto foi imediato. De abril a junho, nenhuma estação apresentou cota de estiagem — um contraste marcante em relação ao mesmo período de 2024, quando o cenário era de seca crítica mesmo durante o pico do período chuvoso.
Segundo o técnico do Imasul, Leandro Neri Bortoluzzi, o aumento expressivo da chuva entre março e abril foi decisivo para essa recuperação. Em abril, os volumes chegaram a 1.609,8 mm — 685,9 mm acima da média do mês. “Esse comportamento das chuvas foi fundamental para reverter o quadro de estiagem e estabilizar os níveis em trechos historicamente vulneráveis”, afirma.
No entanto, a tendência já começou a mudar. Com o avanço do período seco, julho apresenta queda no volume dos rios. A estação do rio Aquidauana, por exemplo, entrou em cota de estiagem nesta semana. A previsão aponta baixa pluviosidade até setembro, exigindo atenção contínua das autoridades ambientais.
Por fim, o Imasul seguirá monitorando os indicadores hidrológicos até o início do próximo ciclo chuvoso, previsto para outubro. Assim, a atuação preventiva será essencial para proteger áreas urbanas, produtivas e ribeirinhas, especialmente diante da variabilidade climática.
Fonte: IMASUL