Cipós sufocam árvores em Campo Grande e levantam debate sobre impacto ambiental e manejo urbano

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A presença crescente de cipós em Campo Grande, capital do MS, especialmente em áreas como o Horto Florestal e o Parque dos Poderes, tem despertado a atenção de moradores e especialistas. Os longos galhos entrelaçados nas árvores levantam dúvidas sobre o equilíbrio ecológico e o impacto dessa vegetação no ambiente urbano.

Embora o visual cause preocupação, especialistas explicam que os cipós não são plantas parasitas. Diferentemente das espécies que retiram seiva das árvores, eles possuem raízes próprias no solo e apenas utilizam os troncos como suporte para alcançar a luz solar, essencial ao seu crescimento.

Em condições naturais e equilibradas, essa relação não representa ameaça significativa. No entanto, em ambientes urbanos ou degradados, onde há menos diversidade vegetal e menor manejo ambiental, o excesso de cipós pode sufocar árvores, dificultando seu desenvolvimento e, em alguns casos, levando à morte dos exemplares mais frágeis.

Importância ecológica e necessidade de manejo

De acordo com a bióloga Anahi Escobar, os cipós têm função ecológica relevante, pois oferecem alimento e abrigo para diversas espécies, além de contribuir para a polinização e regeneração natural de florestas. Exemplos conhecidos incluem o maracujá, que também pertence ao grupo dos cipós.

Ainda assim, a especialista reforça que o controle manual é necessário quando há desequilíbrio. Isso inclui remoção seletiva e plantio de novas árvores, criando sombreamento capaz de limitar o crescimento excessivo dos cipós.

Ações em andamento

O Parque Estadual do Prosa iniciou o manejo controlado dos cipós em áreas próximas à reserva, como na Avenida Desembargador José Nunes da Cunha. As equipes cortam os galhos e aplicam óleo queimado para acelerar o processo de secagem, deixando os cipós no local até caírem naturalmente.

A remoção completa das árvores é feita apenas quando há risco de queda ou interferência em cercas e estruturas. Durante estiagens, as podas foram suspensas para reduzir o risco de incêndios, devendo ser retomadas em novembro.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que o cipó não é considerado árvore do ponto de vista técnico e jurídico, o que dispensa autorização prévia para seu manejo, exceto quando se encontra em áreas de preservação permanente (APPs), onde o Código Florestal exige autorização específica.

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Fonte: G1 MS / SEMADESC
Foto: Eduardo de Almeida 

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