O incêndio florestal que atinge a região da Serra do Amolar, no Pantanal, uma das áreas mais importantes para a conservação da biodiversidade, entrou nesta quarta-feira (8) em seu 11º dia consecutivo de combate. As chamas seguem avançando e ameaçam alcançar a Comunidade Amolar, onde vivem mais de dez famílias. O fogo também se espalha em direção à fronteira com a Bolívia.
O ponto inicial do incêndio foi registrado no topo de uma morraria entre a RPPN Acurizal e o território boliviano. A detecção ocorreu em 28 de setembro, por meio do sistema Pantera, mantido pelo Abrace o Pantanal – Um Grau e Meio, Instituto Homem Pantaneiro (IHP) e JBS. Desde então, a Brigada Alto Pantanal, do IHP, atua de forma contínua no combate às chamas.
Dados do Painel do Fogo indicam que a área afetada já ultrapassa 12,8 mil hectares, com picos de propagação de até 42 hectares por hora. O número de registros de focos de calor chegou a 194 até o último domingo (5), e a situação segue em monitoramento.
Atualmente, 20 brigadistas permanecem em campo, com reforço previsto para ampliar o efetivo a 30 profissionais. O combate conta com o apoio de equipes do Prevfogo/Ibama, incluindo a Brigada Uberaba Guató, além de um helicóptero do Prevfogo e dois aviões da Defesa Civil Estadual.
Devido à gravidade da situação, a Prefeitura de Corumbá decretou estado de emergência por 90 dias, motivada pela intensificação dos incêndios florestais e pelas condições climáticas extremas, já são mais de 35 dias sem chuva significativa, com altas temperaturas, ventos fortes e acúmulo de vegetação seca.
Para sustentar a operação, o IHP lançou um chamado de doações, solicitando combustível, água, colchões, marmitas e equipamentos de proteção. As contribuições podem ser feitas via PIX para a chave contato@brigadaaltopantanal.org.br.
As equipes mantêm base na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, localizada entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bolívia. Um médico-veterinário do IHP, Luka Moraes, também atua na linha de frente para prestar atendimento emergencial à fauna atingida pelas chamas.
Fonte: Com informações de Instituto Homem Pantaneiro
