A população do Mato Grosso do Sul deve se preparar para um inverno fora do comum. De acordo com modelos climáticos divulgados pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM), os meses de junho, julho e agosto trarão chuvas irregulares e temperaturas elevadas, principalmente na região do Pantanal.
O alerta, compartilhado pela Defesa Civil de MS, indica que o noroeste do estado — área que abrange grande parte do bioma pantaneiro — terá precipitações abaixo da média histórica. A irregularidade nas chuvas pode impactar diretamente a cheia dos rios e a manutenção dos ecossistemas locais, agravando os riscos de queimadas, que costumam aumentar nesta época do ano.
Além disso, a tradicional queda de temperatura que marca o inverno deve ser menos intensa. A previsão é de um período com calor acima do normal em boa parte do estado, o que pode afetar a saúde da população e pressionar setores como a agropecuária.
Os desafios no Pantanal
O Pantanal tem enfrentado severas crises ambientais nos últimos anos, tanto em Mato Grosso do Sul quanto no norte do bioma, em Mato Grosso. Apenas entre janeiro e maio de 2024, o Pantanal mato-grossense registrou 2.030 focos de calor, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — um aumento de 1.470% em relação ao mesmo período de 2023. Já em todo o bioma, 1,6 milhão de hectares foram destruídos em 2024, número que representa cerca de 18% da área total e supera os impactos de 2020, até então o pior ano da série histórica, quando 3,6 milhões de hectares queimaram.
Diante desse cenário, a Defesa Civil orienta que produtores e moradores fiquem atentos às atualizações meteorológicas e adotem medidas preventivas para minimizar os impactos climáticos nas áreas urbanas e rurais.
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