Quem passou pela Transpantaneira, estrada icônica que corta o Pantanal mato-grossense, pôde presenciar uma das cenas mais impressionantes da natureza. O estranho acasalamento das sucuris-amarelas (Eunectes notaeus), um flagrante mostra um grupo de machos enrolados em torno de uma única fêmea. Um ritual que pode durar dias e é conhecido como “bola de acasalamento”.
Esse fenômeno natural acontece principalmente durante a estação chuvosa, quando os machos são guiados por feromônios liberados pela fêmea pronta para reproduzir. Até dez machos podem se envolver simultaneamente na disputa pelo direito de copular com ela.
A fêmea, geralmente maior e mais forte, não apenas atrai os pretendentes, mas também escolhe — de forma indireta — o parceiro mais resistente. Essa seleção se dá por meio do esforço dos machos, que se enrolam em seu corpo e competem entre si até que um deles consiga a cópula.
Segundo especialistas, após o acasalamento, a fêmea entra em gestação por cerca de seis a sete meses. Ao final do período, os filhotes já nascem completamente formados e são independentes desde o primeiro momento.
Apesar de imponentes, as sucuris-amarelas não oferecem perigo aos humanos quando não provocadas. A cena observada é rara e reforça a importância da preservação dos ecossistemas pantaneiros, que abrigam uma rica biodiversidade e comportamentos naturais pouco conhecidos do público em geral.