Um esquema de extração e venda de madeira ilegal veio à tona após investigação da Polícia Civil em parceria com a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) do Mato Grosso. A operação, deflagrada nesta quinta-feira (10), atingiu três madeireiras, além de servidores públicos, engenheiros florestais e transportadores envolvidos diretamente com a atividade ilícita.
Entidade de fachada disfarçava crime ambiental
A investigação identificou um esquema que uma entidade sem fins lucrativos, registrada como grêmio desportivo, atuava apenas no papel. Criada para desenvolver projetos sociais, a instituição recebia madeira apreendida pela Sema, mas a repassava ilegalmente a empresas que atuavam na exploração florestal.
Além disso, os envolvidos articulavam o leilão das toras para empresas que já atuavam irregularmente na região, ampliando o impacto ambiental.
Área protegida entre os alvos da extração
Parte da madeira vinha da Estação Ecológica Rio Ronuro, na Bacia do Rio Xingu — área de proteção permanente com alta biodiversidade, incluindo espécies ameaçadas do Cerrado e da Amazônia. O desmatamento clandestino nesta zona coloca em risco o equilíbrio ecológico e compromete anos de esforços de conservação.
A operação e os desdobramentos
Durante a ação policial, agentes cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em Sinop, Sorriso e Feliz Natal, cidade onde a instituição investigada estava sediada. Foram apreendidos mais de 19 mil metros cúbicos de madeira, documentos, armas e munições. Duas pessoas acabaram presas — uma por posse ilegal de arma e outra, por intermediar o transporte e a venda do material extraído.
Por fim, os suspeitos devem responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e extração ilegal de recursos naturais. Embora parte da apuração siga sob sigilo, o caso expõe uma rede que se aproveita da estrutura pública e de projetos sociais para encobrir crimes ambientais.
Foto e Fonte: G1-MT
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