Afeto no Pantanal mato-grossense revela laços maternais em meio à natureza
Ailton Lara
Entre os manguezais e as planícies alagadas, mães e filhotes de diversas espécies de mamíferos protagonizam momentos de ternura e cuidado, revelando os intrincados laços que permeiam a vida selvagem.
A onça-pintada, símbolo da biodiversidade pantaneira, é um dos destaques desse espetáculo natural. Em Porto Jofre, situado a 104 km de Cuiabá, a rara oportunidade de testemunhar uma mãe onça e seus filhotes é uma dádiva concedida pelo crescente turismo ecológico na região.
Segundo o experiente guia de turismo e gestor ambiental, Ailton Lara, a onça Medrosa, herdeira de uma linhagem habituada à presença humana, desafia a tradição ao expor seus preciosos filhotes à curiosidade dos visitantes.
“É incomum testemunhar a intimidade dessa magnitude entre uma onça e sua prole na natureza. A mãe onça, normalmente reservada, confia na presença humana para garantir a segurança de seus filhotes”, compartilha Lara.
A jornada da maternidade no reino animal transcende as fronteiras das espécies. As armadilhas fotográficas do Sesc Pantanal capturam momentos íntimos entre mães e filhotes, oferecendo uma visão privilegiada da vida selvagem. Em um desses registros, um filhote de tamanduá é flagrado escalando as costas de sua mãe em busca de proteção e conforto, um comportamento típico durante os primeiros meses de vida.
Para a educadora ambiental Carla Andrea Moreira, essas imagens são mais do que simples registros; são testemunhos tangíveis da luta materna pela sobrevivência em um ambiente cada vez mais ameaçado.
“Os tamanduás, com sua dieta especializada de cupins e formigas, enfrentam desafios consideráveis para garantir alimento suficiente para si e para seus filhotes. É uma batalha diária pela sobrevivência em meio a áreas ameaçadas e em constante risco”, explica Moreira.
A maternidade na natureza revela-se como uma narrativa de sacrifício, resiliência e amor incondicional. Em um mundo onde a preservação ambiental é mais crucial do que nunca, esses vínculos maternos destacam a importância de proteger e conservar os preciosos ecossistemas que sustentam a vida selvagem pantaneira.
Por meio dessas cenas de afeto e ternura, somos lembrados da beleza e da fragilidade do mundo natural, e do papel fundamental que cada um de nós desempenha na preservação desse patrimônio incomparável. Que estas imagens nos inspirem a agir com responsabilidade e empatia em prol de um futuro onde mães e filhotes possam continuar a prosperar livremente em sua casa ancestral, o majestoso Pantanal mato-grossense.
