Dia Nacional da onça-pintada: felino é símbolo de conservação da biodiversidade brasileira
O Dia Nacional da Onça-pintada, celebrado em 29 de novembro, marca uma data crucial para a preservação de uma das espécies mais emblemáticas e ameaçadas do Brasil. Oficializado em 2018 pelo Ministério do Meio Ambiente, o dia foi instituído para destacar a importância ecológica, econômica e cultural desse felino, que é considerado o maior da América Latina e um símbolo da biodiversidade brasileira.
A onça-pintada não é apenas um dos animais mais poderosos e impressionantes do Pantanal, mas também um bioindicador fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas. Como topo da cadeia alimentar, ela influencia uma vasta gama de outras espécies e é essencial para a manutenção da saúde do bioma. Sua presença nas florestas e campos pantaneiros sinaliza a preservação de vastas áreas de vegetação e a sobrevivência de inúmeras espécies de plantas e animais.
No entanto, a onça-pintada enfrenta uma série de ameaças que colocam em risco sua sobrevivência, especialmente no Pantanal, onde a caça ilegal, perda de habitat e atropelamentos nas rodovias são apenas alguns dos desafios que ela enfrenta diariamente. Além disso, práticas como a alimentação irregular dos animais (ceva) e o tráfico de partes do corpo da onça intensificam a pressão sobre a espécie. Um outro obstáculo são as fake news, que incitam crimes contra os felinos, muitas vezes baseados em informações erradas ou preconceituosas.
Por outro lado, iniciativas como as lideradas pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), em Corumbá (MS), têm se mostrado fundamentais para a conservação da onça-pintada. O IHP integra importantes programas de proteção, como o Plano de Ação Nacional dos Grandes Felinos e o grupo de trabalho Coexistência Humano-Onça, que reúne 13 instituições para promover estratégias que garantam a convivência pacífica entre a onça e as comunidades locais, ao mesmo tempo em que protegem o bioma. A atuação de parcerias com organizações como a WWF Brasil e a General Motors também são essenciais para amplificar os esforços de conservação, promovendo ações que integram o setor produtivo e o ecoturismo à preservação ambiental.
A onça-pintada, além de ser um emblema de nossa biodiversidade, tem um enorme potencial para impulsionar o ecoturismo e gerar renda para as comunidades locais. No Pantanal, as atividades de observação de animais, como a onça, podem criar um modelo de desenvolvimento sustentável, onde a proteção do meio ambiente e a geração de empregos caminham juntos. Iniciativas como o REDD+ Serra do Amolar, que promove a compensação por carbono, e os projetos de Créditos de Biodiversidade, contribuem para financiar a conservação e abrir novas possibilidades de engajamento econômico para as populações tradicionais e indígenas da região.
Com um olhar atento à preservação da espécie e ao fortalecimento de políticas públicas, o Dia Nacional da Onça-pintada não é apenas uma data comemorativa, mas um chamado à ação. A luta pela sobrevivência dessa majestosa criatura é também uma luta pela conservação do Pantanal e de todas as formas de vida que dependem dele. Para garantir o futuro da onça-pintada e de nosso bioma, é essencial que todos se unam, seja por meio de políticas públicas, educação ambiental ou engajamento com a ciência e as comunidades locais. A preservação da onça-pintada é, sem dúvida, uma das maiores batalhas pela biodiversidade brasileira.