Morador encontra tamanduá-mirim e cuida de animal por 3 dias no RN
No litoral Norte potiguar, na pacata cidade de São Bento do Norte, uma cena incomum chamou a atenção dos moradores no último domingo (25). Um tamanduá-mirim, indefeso e assustado, foi avistado sendo perseguido por dois cachorros na zona urbana da cidade. A rápida ação e o espírito de solidariedade do funcionário público e empresário local, Eduardo Glauco, foram fundamentais para o resgate e a devolução desse pequeno mamífero à natureza.
Eduardo descreveu o encontro com o tamanduá-mirim como uma “surpresa” e não hesitou em intervir quando viu os cães em sua perseguição. Agindo com rapidez e determinação, ele conseguiu enxotar os cachorros e providenciar abrigo temporário para o tamanduá, enquanto aguardava a chegada das autoridades ambientais.
Vídeos feitos por moradores da região registraram o momento em que o tamanduá foi encontrado e o emocionante momento de sua soltura na natureza, ocorrida na última terça-feira (27) com o apoio da Polícia Militar. Eduardo relata ter pedido ajuda aos funcionários de sua pizzaria para trazer lençóis e improvisou uma caixa d’água vazia para garantir a segurança do animal até a chegada das autoridades competentes.
Após entrar em contato com o Ibama e a Polícia Ambiental, Eduardo demonstrou perseverança ao insistir na busca por ajuda para o tamanduá. “Liguei para a Polícia Ambiental na segunda-feira, mas eles não vieram. Na terça-feira, liguei novamente para o 190 e eles acionaram a Polícia Militar local. Os policiais me conhecem e me procuraram”, relatou o empresário.
Durante o período em que o tamanduá esteve sob seus cuidados, Eduardo garantiu que o animal recebesse os cuidados necessários, incluindo alimentação adequada. Pedaços de madeira com cupim foram colocados dentro da caixa d’água, enquanto o pequeno mamífero se alimentou de leite, demonstrando sua adaptabilidade mesmo em circunstâncias adversas.
Após avaliação conjunta entre Eduardo e os policiais, o tamanduá foi solto em uma reserva ecológica próxima a um parque eólico, garantindo sua segurança e sua chance de sobrevivência na natureza. “Ele tinha menos de três meses de idade, com certeza. Somos nativos e conhecemos os animais que têm na região; porém, nessa área urbana, nunca apareceu um tamanduá. A mata fechada é distante”, explicou Eduardo.
Esse ato de bondade e preocupação com a vida selvagem local não apenas salvou um animal em apuros, mas também destacou a importância da conscientização ambiental e da preservação dos habitats naturais. A história do tamanduá-mirim resgatado em São Bento do Norte serve como um lembrete inspirador de que cada um de nós pode fazer a diferença na proteção e conservação da fauna brasileira.