Nesta sexta-feira (26), o Jaguar Identification Project anunciou com profundo pesar a morte de Kwang, uma onça-pintada masculina que habitava a região do Porto Jofre, no Parque Estadual Encontro das Águas. Kwang, que tinha entre 7 e 8 anos, era um dos indivíduos mais monitorados do projeto desde 2019, sendo uma figura emblemática e dominante em seu habitat. Recentemente, o felino ganhou notoriedade ao registrar um comportamento inédito: a caça de uma ariranha adulta, um feito raro que evidenciava sua força e adaptabilidade.
A veterinária do projeto, Helena Aimee, participou da necropsia que revelou a suspeita de pneumonia crônica como uma das causas da morte, além de sinais de doença renal crônica. “A situação de Kwang era preocupante e, infelizmente, vimos sinais de fraqueza e dificuldades respiratórias nos dias que antecederam seu falecimento”, declarou Aimee. Amostras foram coletadas e enviadas para análise em laboratório, com um laudo completo esperado em cerca de 10 dias. Essa investigação é crucial não apenas para entender as circunstâncias da morte de Kwang, mas também para aprimorar o conhecimento sobre a saúde das onças-pintadas na região.
Kwang não era apenas um animal monitorado, mas um símbolo do esforço de conservação da espécie e da complexidade da vida selvagem. A dificuldade em localizar corpos de onças-pintadas ressalta a importância do uso de colares de rádio, tecnologia que permitiu aos colaboradores e cientistas cidadãos acompanhar sua trajetória. A morte de Kwang traz à tona questões sobre os desafios enfrentados pela fauna local e a necessidade de estratégias de proteção eficazes.
O nome Kwang, que significa “luz” em coreano, reflete o impacto que ele teve em sua comunidade e nas pesquisas sobre onças-pintadas. Apesar da tristeza, a equipe do Jaguar ID vê essa perda como uma oportunidade de aprendizado. “A morte de Kwang contribuirá significativamente para a ciência e a ecologia, ajudando-nos a entender melhor os desafios enfrentados por essas magníficas criaturas”, afirmam os membros da equipe. O legado de Kwang certamente brilhará, iluminando o caminho para futuras pesquisas e iniciativas de conservação na região.
