Relatório do WWF revela queda alarmante na vida selvagem global
O tamanho médio das populações de vida selvagem monitoradas sofreu uma drástica redução de 73% em apenas 50 anos, conforme apontado na edição 2024 do Relatório Planeta Vivo do WWF, publicada em outubro. O documento foi divulgado antes da Conferência de Biodiversidade da ONU, que ocorre em Cali, na Colômbia, até 1º de novembro.
Os dados alarmantes indicam que a Terra se aproxima de pontos de não retorno, que representam ameaças sérias à humanidade. Os autores do relatório destacam a necessidade de um esforço coletivo significativo nos próximos cinco anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade.
O Relatório Planeta Vivo utiliza o Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela Sociedade Zoológica de Londres, que compila quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970 e 2020. Os resultados revelam um declínio mais acentuado em ecossistemas de água doce (-85%), seguido por ecossistemas terrestres (-69%) e marinhos (-56%).
As principais ameaças identificadas incluem a perda e degradação de habitat, impulsionadas em grande parte pelos sistemas alimentares atuais, além da superexploração de espécies, a introdução de espécies invasoras e a propagação de doenças. As mudanças climáticas também emergem como uma ameaça crítica, especialmente para a vida selvagem na América Latina e no Caribe, onde as populações registraram uma redução média impressionante de 95%.
Esse declínio nas populações de vida selvagem serve como um alerta sobre o crescente risco de extinção e a possível perda de ecossistemas saudáveis. Ecossistemas danificados deixam de fornecer os serviços essenciais dos quais a humanidade depende, como ar limpo, água potável e solos saudáveis para a produção de alimentos, tornando-se mais vulneráveis a pontos de inflexão irreversíveis.
Pontos de não retorno ocorrem quando ecossistemas são forçados além de limites críticos, resultando em mudanças substanciais e potencialmente irreversíveis. Exemplos globais, como o colapso da Floresta Amazônica e o branqueamento em massa de recifes de corais, geram ondas de choque que impactam a segurança alimentar e os meios de subsistência das populações.
O alerta do Relatório Planeta Vivo ocorre em um contexto crítico, com incêndios na Amazônia atingindo seu nível mais alto em 14 anos e a confirmação de um quarto evento global de branqueamento em massa de corais no início deste ano. A necessidade de ações imediatas e eficazes para reverter esse quadro se torna cada vez mais urgente.