Vídeo: fauna pantaneira ganha hospital veterinário em Mato Grosso do Sul
Começa a funcionar nesta sexta-feira (15), em Campo Grande o maior e mais especializado Hospital Veterinário para Animais Silvestres da América Latina. O local faz parte do complexo do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), e foi batizado de “Ayty” (pronuncia-se aitã), nome oriundo da língua Tupi-Guarani que significa “ninho”.
Foram investidos mais de R$ 6,1 milhões na construção e compra de equipamentos para o hospital, que terá capacidade para atender as demandas da fauna de todo o Estado, e se tornará referência na especialidade de atendimento a animais silvestres para todo o País.
Atualmente, o CRAS atende cerca de 2.500 animais por ano, e possui uma média de 70% de sucesso na reabilitação dos animais e reintrodução dos mesmos na natureza.
“Nós esperamos que com esse hospital a gente possa aumentar esse número e melhorar esses indicadores”, pontuou o diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges.
Com a entrega do “Ayty”, o centro de reabilitação não vai mais precisar depender de parceiros, como clínicas privadas e estruturas de universidades, para realizar os exames necessários e atendimentos mais especializados.
“Anteriormente, os animais que chegavam aqui e necessitavam de um atendimento um pouco mais complexo eram destinados para os nossos parceiros, para a Universidade Federal, para algumas clínicas particulares que faziam os procedimentos necessários (…) Agora, com o hospital, todos esses procedimentos vão ser realizados aqui”, comemorou o diretor do Imasul.
A proposta de construir um hospital no CRAS havia começado a ser discutida no governo anterior, de Reinaldo Azambuja (PSDB). As obras tiveram início em 2020, e só foram concluídas no governo de seu suscessor, Eduardo Riedel (PSDB).
“O que a gente entrega aqui hoje é um símbolo muito forte de que nós vamos dar para a biodiversidade do estado de Mato Grosso do Sul, que tem três biomas – o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica – a devida importância, a devida relevância que merece”, destacou o governador do Estado, durante a cerimônia.
Além do atendimento aos animais, o hospital será um importante polo de pesquisa para os biólogos e médicos veterinários que buscam se especializar na área de atendimento às espécies silvestres. Universidades de Mato Grosso do Sul poderão oferecer cursos de pós-graduação, e utilizar a estrutura das clínicas e laboratórios do complexo como “sala de aula”.
“Vamos oferecer aqui a primeira residência médica veterinária em animais silvestres do Brasil” declarou o secretário Jaime Verruck, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
“Nós vamos ter pós-graduações e um volume muito forte em pesquisa científica. Isso vai ser um braço para o desenvolvimento de literatura e da comunidade científica”, destacou o médico veterinário e responsável técnico do CRAS, Lucas Cazati.