Uma fazenda na região de Taquarussu está sob investigação do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por ter desmatado 15,57 hectares de vegetação nativa da Mata Atlântica, em uma área considerada reserva legal dentro da propriedade.
O desmatamento ocorreu entre junho de 2022 e janeiro de 2023, em fragmentos de vegetação secundária em estágio médio de regeneração, de acordo com relatório técnico elaborado pelo MPMS. Não houve autorização ambiental para a supressão da vegetação, o que configura infração à legislação ambiental vigente.
O Ibama já aplicou uma multa no valor de R$ 112 mil ao proprietário da fazenda. Além disso, o MPMS notificou o fazendeiro para apresentar documentos obrigatórios, como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Programa de Regularização Ambiental (PRA) e o Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRADA), a fim de comprovar a regularização da unidade rural.
O boletim técnico reforça que a legislação permite o desmatamento de áreas de Mata Atlântica apenas em situações de utilidade pública ou interesse social, e desde que acompanhada de autorização ambiental e compensação proporcional — requisitos que não foram atendidos neste caso.
Este caso integra um cenário mais amplo, em que o Ministério Público do estado intensificou a fiscalização contra a derrubada ilegal da Mata Atlântica. Em operações recentes, como a “Mata Atlântica em Pé”, foram constatados diversos ilícitos ambientais em MS, com dezenas de ações fiscalizatórias e aplicação de multas. No ano anterior, essa operação resultou em R$ 4,4 milhões em autuações por desmatamento de cerca de 572 hectares no Estado.
Segundo dados oficiais, Mato Grosso do Sul ainda abriga um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica no interior do país, com mais de 968 mil hectares — o equivalente a 15,2% de sua área original — distribuídos em unidades de conservação, áreas remanescentes e APPs.
Item | Detalhe |
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Local do caso | Fazenda em Taquarussu, MS |
Área desmatada | 15,57 hectares de vegetação nativa da Mata Atlântica |
Período do desmatamento | Junho de 2022 a janeiro de 2023 |
Tipo de vegetação afetada | Secundária em estágio médio de regeneração |
Multa aplicada | R$ 112 000 pelo Ibama |
Documentos exigidos | CAR, PRA e PRADA para comprovar regularização |
Fiscalização estadual | Intensificada via operações como “Mata Atlântica em Pé” |
Remanescente estadual | Aproximadamente 968 998 hectares (15,2% do bioma original) |
Foto: Autos de Vistoria