Filhotes de ariranha foram registrados pela primeira vez na área monitorada do Reservatório Intermediário da Usina de Belo Monte, no Pará. As câmeras, instaladas para o monitoramento de fauna, captaram o momento raro em abril de 2025. O projeto, exigido pelo Ibama como parte do licenciamento ambiental, acompanha espécies desde 2012.
A Norte Energia, responsável pela usina, coordena o monitoramento de mamíferos aquáticos e semiaquáticos no rio Xingu. De acordo com os técnicos, o flagrante dos filhotes de ariranha indica que o ecossistema local permanece saudável. As imagens mostram duas ariranhas adultas se aproximando de uma toca. Logo em seguida, surgem dois filhotes e outro animal adulto.
Esse tipo de ocorrência é raro. A ariranha, espécie vulnerável à extinção, é sensível à presença humana, principalmente durante o período de reprodução. A equipe de monitoramento acredita que o ambiente protegido favoreceu a criação dos filhotes.
Segundo Roberto Silva, gerente da Norte Energia, o acesso restrito à área contribui para a segurança da fauna. O reservatório, com 119 km², integra uma zona de preservação permanente. Além do monitoramento, a empresa compartilha os dados com instituições de pesquisa e desenvolve campanhas de sensibilização.
O Ibama selecionou o projeto para apresentação no II Fórum de Programas de Fauna do Licenciamento Ambiental Federal. Em 13 anos, o trabalho já registrou 280 animais. Esse esforço reforça a importância da conservação em grandes empreendimentos.
A ariranha vive apenas na América do Sul. É um mamífero social, que forma grupos estáveis e atua como predador de topo. Assim, por controlar outras populações, ela mantém o equilíbrio ecológico. No entanto, no passado, a caça pela pele reduziu sua população, o que levou à atual classificação de vulnerabilidade.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Ibama
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