
A chegada de uma frente fria ao Pantanal fez muito mais do que dar aos corumbaenses um motivo para tirar os casacos do guarda-roupa: proporcionou condições ideais para os combates aos incêndios, incluindo o trabalho de rescaldo, que é a volta das guarnições aos locais onde o combate já foi feito atrás de pequenos focos para evitar que as chamas retornem. O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul não perdeu tempo e aproveitou a condição do tempo para avançar ainda mais no enfrentamento ao fogo.
De acordo com o tenente Randolfo Rocha, as condições climáticas interferem diretamente no trabalho das guarnições. “A frente fria muda toda a situação de combate. O clima mais ameno favorece o enfrentamento. Uma maior umidade do ar também favorece. Em contrapartida, a velocidade do vento atrapalha tanto o combate, por causa da propagação mais rápida, como também favorece a reignição (reinício dos incêndios) nos pontos já combatidos”, explica.
Com temperatura de 17°C em uma região onde os termômetros frequentemente registram mais de 35°C, os bombeiros combateram até tarde da noite na região conhecida como Abobral, fazendo o chamado rescaldo, que é o trabalho de extinção das chamas que ficam escondidas em meio à vegetação, dentro de grandes árvores, cupinzeiros e outras estruturas, queimando por dias e ameaçando o bioma de que a qualquer momento um incêndio possa ser reiniciado.
“Esse trabalho de rescaldo é importante em todos os cenários, em todos os locais onde é feito trabalho de combate a incêndio florestal porque, se você não faz esse trabalho de rescaldo e de vigília, você pode perder todo esse trabalho que foi feito”, explica o subtenente Adalto de Oliveira Campos, que liderou os militares da base instalada na Fazenda Santa Fé.

Na região entre o rio Miranda e o rio Abobral, as duas guarnições de combate aos incêndios florestais realizaram combate durante todo o dia e a noite na terça-feira (25). Foram empenhadas também quatro aeronaves Air Tractor do ICMBio, próximo à Fazenda Baía Mondego, contando também com auxílio das equipes do PrevFogo.
Após o combate noturno, a região amanheceu sem focos. Durante o monitoramento foi necessária a ativação de uma área específica para evitar reignição do incêndio florestal.
Na região do Abobral e Miranda foi realizado sobrevoo utilizando uma das aeronaves do ICMBio e definidos pontos de atenção para traçar estratégias que alinhem o combate em conjunto com a equipe solo.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, a região da BR 262, próximo da ponte do rio Paraguai, não apresenta mais focos. Foi realizado monitoramento e segurança durante todo o dia. O foco foi controlado, restando apenas pontos de calor na área queimada, que segue sendo monitorada.