Região da Serra do Amolar volta a produzir mel
Famílias da região da Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá (MS), às margens do rio Paraguai, conseguiram, por fim, produzir mel. No Centro de Processamento da Ecoa no Porto Amolar, a produção chegou a cerca de 60 quilos, somados ao mel que a própria Ecoa produziu. São 3 os núcleos de produção: Paraguai Mirim, Ilha Baguari e porto Amolar.
Incêndios de 2020 no Pantanal e a seca impossibilitaram a produção de mel na Serra do Amolar e reduziram drasticamente a produção no Pantanal do Miranda (MS).
Incêndios e seca impactam a produção de mel no Pantanal a partir de 2020. Em 2024, por fim, inicia-se recuperação, mas produtores estão novamente sob risco
Os produtores locais receberam uma estruturação cuidadosa entre 2018 e 2019, mas os incêndios de 2020, que devastaram mais de 4 milhões de hectares, afetaram a fauna e a flora e, consequentemente as abelhas e sua sobrevivência.
Somente agora, em 2024, a produção voltou a ser possível em três regiões próximas ao Porto Amolar.
A Ecoa solicitou em carta à ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, um plano especial de proteção para as famílias das comunidades do Pantanal e, dentre elas, uma atenção especial para as produtoras de mel.
São necessárias ações de identificação de riscos, elaboração de aceiros e apoio integral para as brigadas comunitárias. Um exemplo importante é o trabalho realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com a comunidade da Barra do São Lourenço a partir do Parque Nacional do Pantanal. Incêndios que seriam drásticos para aquela comunidade foram evitados.
Tido como o “mais puro do mundo”, o mel da Serra do Amolar, no Pantanal pode ser apresentado como tal porque é produzido em uma região isolada, a centenas de quilômetros das áreas de agricultura com aplicação de agrotóxicos, sendo outro elemento de garantia de qualidade a distância de qualquer núcleo urbano – a região não é alcançada por estradas, somente por barco, pelo rio Paraguai, ou de avião.
Programa Oásis
O Programa Oásis, desenvolvido pela Ecoa, visa a proteção dos polinizadores em diferentes nichos, incluindo cidades. Os projetos e ações do Programa compreendem pesquisas em diferentes áreas, incluindo a das mudanças climáticas; a educação com relação às diferentes espécies e seu papel nos ambientes; os riscos do uso de pesticidas na cidade e no meio rural; a contenção de desmatamentos; a formação de brigadistas contra queimadas e a produção apícola e de abelhas nativas sem ferrão em regiões livres de agrotóxicos, dentre outras iniciativas de acordo com cada região.