Imagem inédita documenta predação de gavião-real sobre ariranha

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Pesquisadores documentaram, pela primeira vez, um registro inédito de um gavião-real (Harpia harpyja) predando um filhote de ariranha (Pteronura brasiliensis). O flagrante ocorreu às margens do Rio Teles Pires, no norte de Mato Grosso, região que integra a bacia amazônica e apresenta elevada biodiversidade.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o gavião-real é uma das maiores aves de rapina do mundo, podendo atingir até 1 metro de altura e envergadura de 2 metros. Com garras que rivalizam em tamanho com as de ursos, exerce papel crucial como predador de topo em ecossistemas florestais, regulando populações de presas e mantendo o equilíbrio natural.

Embora costume caçar preguiças, macacos e outros pequenos mamíferos arborícolas, o ataque a um filhote de ariranha surpreendeu até especialistas. Veja:

O Rio Teles Pires

O Rio Teles Pires, onde ocorreu o registro, nasce em Mato Grosso e segue por mais de 1.300 km até sua junção com o Rio Juruena, formando o Rio Tapajós. A região abriga mosaicos de florestas nativas, áreas de várzea e é reconhecida por abrigar espécies emblemáticas, como a própria ariranha.

Importância ecológica e riscos à conservação

O gavião-real figura como espécie “quase ameaçada” na lista da IUCN e “vulnerável” no Brasil, segundo o ICMBio. A principal ameaça à sua sobrevivência vem da destruição do habitat e da fragmentação florestal. Espécie de baixa densidade populacional e territorialista, depende de grandes extensões de floresta para se alimentar e reproduzir.

Já a ariranha é um dos maiores mustelídeos do mundo e vive em grupos familiares coesos. Sua dieta consiste principalmente de peixes, e sua presença indica qualidade ambiental de corpos d’água.

Segundo pesquisadores ligados ao Projeto Harpia, que atua na conservação da espécie em território nacional, o registro reforça a complexidade das relações ecológicas na Amazônia. Ainda que a predação entre essas duas espécies não seja comum, ela está dentro do comportamento esperado de um predador oportunista e altamente adaptado como a harpia.

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