Livro “O Borco e a Furna” propõe novos olhares sobre a viola de cocho, símbolo do Pantanal

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Livro “O Borco e a Furna

Lançamento durante o Festival América do Sul

Durante o Festival América do Sul, realizado em Corumbá, o escritor e pesquisador Yuri Zacra lançou o livro O Borco e a Furna. A obra apresenta uma abordagem crítica sobre a viola de cocho, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2005. O lançamento ocorreu na Casa Vasquez e integrou a programação do festival, que celebra as “Singularidades que integram a América do Sul”.

Origem da pergunta e caminhos da pesquisa

A proposta do livro parte de uma indagação simples: por que o instrumento é chamado de “viola de cocho”? A partir dessa questão, Zacra constrói oito capítulos independentes, conectados por uma interpretação que atravessa a memória, a linguagem e o território. O autor associa o cocho não apenas ao mundo rural e à alimentação do gado, mas também ao universo das canoas, da escavação e das formas que esculpem o Pantanal.

Novas leituras sobre tradição e território

Cada capítulo revela como a viola carrega sentidos além da música. Zacra examina o instrumento como símbolo cultural moldado por rituais, ofícios, fluxos fluviais e relações com a natureza. Assim, o livro articula o material e o simbólico para questionar as definições tradicionais do patrimônio.

No capítulo que dá nome à obra, o autor costura reflexões anteriores. Ele propõe uma imagem simbólica entre “borco” e “furna” — dois termos que sugerem formas opostas, mas interdependentes. Nesse ponto, a viola aparece não só como instrumento, mas como figura de pensamento.

Contribuição para o debate sobre patrimônio

O autor, formado em Letras e natural de Campo Grande, explica que buscou romper com leituras repetitivas sobre a viola de cocho. Segundo ele, o objetivo foi abrir novas possibilidades de sentido para esse patrimônio, com base em experiências de campo e registros históricos.

Além disso, durante o evento, o público interagiu com o autor e compartilhou impressões sobre o valor da pesquisa. O engenheiro Raimundo Nonato, de 68 anos, que viajou com a família de Campo Grande até Corumbá, elogiou a iniciativa. Para ele, o livro representa um resgate importante para as novas gerações.

Símbolo vivo do Pantanal

Ao final, O Borco e a Furna propõe que a viola de cocho seja compreendida como um organismo cultural em constante transformação. A obra amplia o debate sobre identidade regional e oferece subsídios para políticas de valorização do patrimônio imaterial no Brasil.

Por fim, com linguagem acessível e base teórica consistente, o livro se destaca como um importante registro da complexidade cultural do Pantanal sul-mato-grossense.

Fonte: Bel Manvailer – ASCOM/FAS 2025 Foto: Ricardo Gomes – ASCOM/FAS 2025

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