Foto Destaque: Ualisson Noronha/SESDF
Mato Grosso do Sul deu um passo avançado no combate à dengue ao iniciar um projeto-piloto com biolarvicidas em Três Lagoas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES), em parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, implantou estações disseminadoras que utilizam os próprios mosquitos para espalhar o biolarvicida em criadouros de difícil acesso. Essa estratégia inovadora aumenta a eficiência do controle vetorial e reduz a incidência da doença.
Segundo Mauro Lúcio Rosário, coordenador estadual de controle de vetores, as estações disseminadoras consistem em potes transparentes com tecido impregnado com o biolarvicida. Quando os mosquitos pousam nesses recipientes, entram em contato com o produto e transportam as partículas para outros locais de reprodução. Com isso, reservatórios que normalmente escapam da fiscalização também recebem a substância, eliminando as fases imaturas do inseto.
Tecnologia amplia cobertura do biolarvicida
A estação disseminadora funciona seguindo o ciclo natural do Aedes aegypti. A fêmea, ao buscar locais para depositar ovos, entra em contato com o biolarvicida e o transfere para outros criadouros. Como uma única fêmea pode colocar ovos em mais de 20 pontos dentro de um raio de 300 metros, a tecnologia garante uma distribuição eficaz do produto e reforça as ações de combate à doença.
Biolarvicidas
São produtos de origem biológica usados para combater larvas de insetos, especialmente mosquitos transmissores de doenças, como o Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika e chikungunya.
Porém, diferente dos inseticidas químicos, os biolarvicidas contêm microrganismos naturais, como bactérias (Bacillus thuringiensis israelensis – Bti e Bacillus sphaericus – Bs), que liberam toxinas específicas para matar as larvas dos mosquitos sem prejudicar outros organismos, como peixes, aves e mamíferos.
Expansão do projeto e impacto esperado
Com o início das operações em Três Lagoas, o projeto pretende ampliar a iniciativa para outros municípios do estado, caso os resultados sejam positivos. No entanto, Bianca Modafari Godoy, especialista em Serviços de Saúde da SES, ressalta que a tecnologia inovadora potencializa o combate à dengue, atingindo criadouros ocultos e reduzindo a população do mosquito de forma sustentável.
“Essa estratégia já demonstrou eficácia em cidades como Belo Horizonte e Recife. Além disso, pesquisas publicadas na Revista de Saúde Pública reforçam sua efetividade. Com resultados promissores, essa solução tem grande potencial para ser expandida e beneficiar ainda mais municípios”, destaca Bianca.
Por Comunicação SES
Pantanal Oficial