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  • quinta-feira, 21 de novembro de 2024 - Campo Grande MS

Corumbá amanhece envolta em densa fumaça de queimada

Leonardo Amaral

Corumbá amanheceu encoberta pela fumaça de queimada nesta segunda-feira (03), praticamente “desaparecendo” em meio a uma espessa nuvem. O fogo, que começou em uma vegetação na região do canal do Tamengo no domingo (02), se alastrou rapidamente com a ajuda dos ventos, atingindo áreas próximas à zona urbana.

O Corpo de Bombeiros Militar foi acionado e deslocou uma equipe para combater o incêndio. No entanto, conforme apurado pelo Diário Corumbaense, o combate ao fogo na área é dificultado pela presença de muitos baceiros, devido ao terreno pantanoso característico da região.

Aumento alarmante nos focos de incêndio

Este ano, o Pantanal, que abrange regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, registrou um aumento alarmante de 941% nos focos de incêndio em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a junho de 2024, já foram contabilizados 937 focos, enquanto em 2023, no mesmo período, eram apenas 90.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que dos 937 focos registrados, 489 ocorreram no Pantanal de Mato Grosso do Sul e 448 no Pantanal de Mato Grosso. Nos últimos dois dias, Corumbá e Cáceres (MT) estão entre os municípios com mais focos de incêndio no país, ocupando a oitava e sétima posições, respectivamente. Em Corumbá, foram registrados 349 focos, sendo 22 nas últimas 48 horas.

Devastação do Pantanal

Em 2024, já foram queimados 284.300 hectares de vegetação nos dois estados do Pantanal, representando 1,88% do bioma. Mato Grosso do Sul sofreu com a queima de 166.900 hectares (1,71% da área do estado) e Mato Grosso teve 117.350 hectares consumidos pelo fogo (2,19% da área do estado).

Em todo o ano de 2023, o Bioma Pantanal teve 946.725 hectares de área devastada pelo fogo, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Perspectivas sombras

A situação tende a piorar devido ao período de estiagem que se intensifica, agravado pela redução das chuvas desde outubro de 2023. As perspectivas para os próximos meses são sombrias, com a expectativa de mais incêndios e destruição de áreas naturais, ameaçando a biodiversidade e a qualidade de vida das populações locais.

A comunidade e as autoridades enfrentam um desafio crescente para conter e prevenir novos focos de incêndio, buscando proteger um dos biomas mais importantes e ricos em biodiversidade do mundo.


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