Instituições alertam para nível crítico do rio Miranda, importante tributário do rio Paraguai
Instituições atuam em conjunto está para alertar o sobre o nível crítico do rio Miranda, um dos principais tributários do rio Paraguai, que forma o Pantanal. A proposta é também implementar medidas de recuperação de trechos que apresentam níveis críticos de degradação ambiental. Só na região de nascente do rio Miranda, ao longo de 70 km, houve a identificação de 53 hectares de passivos ambientais que precisam de recuperação. O nível do curso d’água também está em níveis críticos, com lâmina de água com menos de 50 cm em trechos que já registraram mais de 5 metros.
As constatações foram feitas durante ações de monitoramento e houve a Expedição Rio Miranda neste dia 5 de setembro de 2024 para realização de novos levantamentos. Participaram dessa expedição o Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Miranda, o Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim (IGMA), o Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), o Ministério Público Estadual – promotoria de Jardim, Polícia Militar Ambiental, Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) campus de Jardim, Exército Brasileiro (4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada) e o Instituto Homem Pantaneiro (IHP).
Um relatório detalhado sobre os passivos identificados na expedição e informações complementares de outros monitoramentos ambientais vão ser submetidos ao Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Miranda, para subsidiar uma reunião ordinária do colegiado para tomada de decisões futuras. Também será encaminhado ao Ministério Público Estadual, promotoria de Jardim, para despachos futuros.
Pelo IHP, acompanharam a expedição os biólogos Sérgio Barreto e Wener Hugo Moreno. “Áreas de preservação permanente (APP) que deveriam ter 50 metros de proteção, em alguns pontos inexistem. Com a falta de vegetação, o rio tem uma força natural e ele vai carregando esses sedimentos. Sem a APP, não há a compactação e os sedimentos são carregados. Isso vai causar falta de navegabilidade, a profundidade do rio é alterada, os barrancos cedem e proprietários perdem área da propriedade, causando prejuízos financeiros. Tem casos que um proprietário que tinha 11 hectares, já perdeu 4 hectares. Afeta também a presença da biodiversidade”, explicou Wener Hugo Moreno.
O presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Miranda e do IASB, Eduardo Foley Coelho, aponta que é preciso um trabalho conjunto para buscar reverter a atual degradação. “Após essa expedição, vai ser feita uma apresentação com os membros do Comitê com o objetivo de sensibilizar a todos. Participam do colegiado a sociedade civil, usuários e governos. Queremos mostrar a situação para que, todos juntos, possamos tomar medidas que ajudem a reverter esse quadro que estamos enfrentando. O rio Miranda ainda está em um processo de degradação muito forte.”