Órgão federal deve decretar “seca” pela 1ª vez no Pantanal
Um relatório da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) ressalta a severa seca que assola a bacia do Rio Paraguai, sugerindo a declaração de escassez hídrica na região devido aos efeitos negativos na navegação e no abastecimento de Corumbá. A situação, considerada a pior dos últimos anos, vem sendo acompanhada pela ANA desde 2020, quando ocorreu a maior queimada já registrada no bioma. A escassez de chuvas tem causado níveis historicamente baixos no rio, ameaçando o suprimento de água potável em Corumbá.
Os impactos da seca já são evidentes, com níveis mínimos de água na calha principal do rio Paraguai, especialmente em Porto Murtinho, onde os valores estão abaixo do esperado para a época. Essa situação crítica também pode afetar as estruturas de captação de água, como as utilizadas em Corumbá, exigindo adaptações para garantir o abastecimento da população.
O relatório destaca a persistência da seca, com anomalias negativas de precipitação registradas nos últimos seis meses na região. Desde outubro de 2023, os déficits significativos de chuva têm sido uma constante, representando um desafio para a gestão dos recursos hídricos na área. O Monitor de Secas reforça essa constatação, indicando a presença de áreas com seca fraca, moderada e grave na bacia do rio Paraguai, especialmente no sudoeste de Mato Grosso.
A previsão climática para os próximos meses não traz boas notícias, com a expectativa de chuvas abaixo da média para o trimestre de maio a julho de 2024. Isso agravará ainda mais a situação, aumentando os desafios para a gestão da água e o enfrentamento dos impactos socioambientais da seca. A população local, especialmente em Corumbá, precisa estar preparada para enfrentar possíveis restrições no abastecimento de água e adotar medidas de conservação para lidar com a escassez hídrica prolongada.
Com Correio do Estado