Um caso de maus-tratos a animais chocou o estado de Mato Grosso do Sul nesta semana. O pecuarista de 62 anos, proprietário da Fazenda Alvorada, localizada entre Coxim e Rio Verde de Mato Grosso, foi o centro das atenções após 268 bovinos serem encontrados mortos e 716 em estado crítico de desnutrição e maus-tratos. O homem, cuja identidade não foi revelada, prestou depoimento e foi liberado, embora sua situação continue a gerar grande repercussão.
O delegado Matheus Vital, responsável pela ocorrência, informou que o pecuarista foi detido pela Polícia Militar Ambiental (PMA) em Campo Grande e levado para a Delegacia de Rio Verde de Mato Grosso. Lá, foi registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) devido ao crime de maus-tratos a animais. Como a pena prevista para a infração varia de três meses a um ano de detenção, inferior a dois anos, o pecuarista não foi autuado em flagrante e acabou sendo liberado com a condição de tomar providências para cuidar dos animais sobreviventes e garantir o abastecimento de água para o gado.
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) será responsável pela fiscalização das medidas tomadas pelo pecuarista. Em depoimento, o homem alegou estar em uma situação financeira difícil e afirmou ter abandonado a fazenda apesar de possuir outras propriedades rurais. Ele se recusou a ver as fotos que mostram as condições deploráveis dos animais encontrados.
A Fazenda Alvorada foi descrita pelas autoridades como um local em estado crítico, sem água, pastagens ou alimentos para os animais. A seca severa das últimas semanas agravou ainda mais a situação, levando os animais a buscar água na área de preservação permanente do Rio Taquari, onde muitos acabaram atolados e mortos. A PMA destacou que a operação para resgatar os bovinos restantes é extremamente complexa, devido ao estado de fraqueza dos animais, que estão com dificuldade para subir em caminhões para transporte.
Durante a vistoria, policiais ambientais e equipes da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e do MPE tentaram socorrer os animais, fornecendo água e retirando os que estavam atolados em poças de lama. A infração pode resultar em uma multa diária de R$ 3 mil por animal, acumulando um total potencial superior a dois milhões de reais por dia enquanto a situação persistir. A comunidade aguarda com expectativa as próximas ações para assegurar o bem-estar dos animais e responsabilizar o pecuarista pela tragédia ocorrida.