Rio Paraguai deixou para trás 77 dias de marcas negativas e alcançou o zero da régua na estação de Ladário
Um mês após deixar as marcas negativas, o rio Paraguai chegou a 74 centímetros de altura nesta quinta-feira, 12 de dezembro. Dados do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, órgão subordinado ao Comando do 6º Distrito Naval, mostra que em 11 de novembro, o rio deixou para trás 77 dias de marcas negativas e alcançou o zero da régua na estação de Ladário. De lá para cá, o nível só fez subir.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), as chuvas na região do Pantanal contribuem para elevar o nível do rio Paraguai, mas as cotas ainda estão abaixo do considerado normal para o período do ano. “Considerando os anos mais críticos do histórico, como referência, é provável que Ladário se mantenha abaixo de 100 cm até a segunda quinzena de dezembro”, informa o mais recente boletim do SGB.
Em 17 de outubro, o nível do rio Paraguai, em Ladário, chegou à marca negativa de 69 centímetros. O menor nível desde o início das medições em 1900. Monitorando o comportamento do rio Paraguai desde 1900, a estação da Marinha do Brasil no município vizinho de Corumbá, é considerada referência termômetro para medir o grau da estiagem no bioma Pantanal.
São duas as razões para isso: a primeira, por ter a série de dados mais longa da bacia, o que é fundamental para analisar o comportamento do rio e embasar previsões. As informações sobre as cotas em Ladário são registradas desde 1900. Além disso, a estação serve como referência para a Marinha na análise das condições para navegação e definição de medidas de restrições.
O rio Paraguai, em Ladário, vive a maior seca desde 1900, quando os dados passaram a ser registrados pela Marinha do Brasil. O recorde histórico da vazante na região era 61 centímetros negativos alcançados em setembro de 1964. O maior ciclo de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos (1964 a 1973).