Com a seca e intensificação dos incêndios florestais em Mato Grosso do Sul, o Corpo de Bombeiros de MS e parceiros enfrentam desafios graves nos biomas do Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica. A situação se agrava pela seca prolongada e pelas condições climáticas adversas, dificultando as operações de combate às chamas.
No Pantanal, a redução da área alagada exacerba a seca, prejudicando o combate aos incêndios. Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/MS, ressalta que a seca prolongada desde 2023 e a interferência da Amazônia complicam ainda mais a situação. A vegetação seca e as altas temperaturas aumentam a dificuldade das operações.
Apesar dos esforços do Governo do Estado e apoio de outros órgãos, os incêndios permanecem ativos em vários municípios, incluindo São Gabriel do Oeste e Porto Murtinho. As áreas monitoradas incluem parques estaduais e regiões críticas como Corumbá e Aquidauana.
O representante do Ibama destaca que, além dos recursos financeiros, é necessário um manejo integrado do fogo e conscientização para prevenir queimadas. A antecipação da proibição de queimadas para maio não impediu um mês de junho crítico, e o nível do Rio Paraguai nunca esteve tão baixo antes.
Previsão Climática Adversa
A previsão climática para os próximos dias indica risco extremo de incêndios. Uma intensa massa de ar quente e seco se estabelecerá, elevando as temperaturas entre 38°C e 43°C e reduzindo a umidade relativa do ar a níveis críticos entre 5% e 20%. Isso cria condições ideais para a propagação dos incêndios.
Na região de Aquidauana, os bombeiros enfrentaram fenômenos específicos como redemoinhos pós-fogo e queima de turfa subterrânea, mesmo após a aplicação de medidas de contenção. A situação exige constante vigilância e ações imediatas para o controle das chamas.
Além do combate ao fogo, o CBMMS realiza resgates de animais afetados pelos incêndios. A tenente-coronel Tatiane Inoue destaca o trabalho do Grupo de Resgate Técnico de Animais (Gretap) e os esforços diários para tratar e reintegrar a fauna impactada.
Durante a semana, os bombeiros resgataram diversos animais, incluindo tartarugas e aves. Em Miranda, um grupo de cervos pantaneiros foi visto acompanhando o trabalho das equipes, evidenciando a interação constante entre o combate ao fogo e o resgate da fauna local.