2
Fale Conosco
  • quinta-feira, 16 de maio de 2024 - Campo Grande MS

Decisão judicial mantém pecuarista investigado por desmatamento químico em liberdade

desmatamento pantanal norte

Divulgação/Polícia Civil

A Justiça de Mato Grosso deliberou pela manutenção da liberdade do pecuarista Claudecy Oliveira Lemes, alvo de investigação por sua suposta participação em um dos maiores casos de desmatamento químico já registrados no estado. O juiz João Francisco Campos de Almeida, do Núcleo de Inquéritos Policiais, ratificou a decisão que negou o pedido de prisão preventiva, assinada na última sexta-feira (26).

As acusações contra Lemes são graves: ele é investigado por ter investido mais de R$ 25 milhões em desmate químico, abrangendo uma área impressionante de 81 mil hectares no Pantanal mato-grossense. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), esse episódio representa o maior dano ambiental já documentado no estado, equivalente à área territorial da cidade de Campinas, em São Paulo.

Os advogados do pecuarista alegam que ele vem cumprindo as disposições do acordo de reposição florestal estabelecido com o Ministério Público. Entretanto, dados apresentados revelam que foram lançados sobre a vegetação do Pantanal nada menos que 25 tipos diferentes de agrotóxicos, incluindo a substância 2,4-D, utilizada na infame Guerra do Vietnã.

Desde 2019, Claudecy Oliveira Lemes já acumula 15 autuações por danos ambientais na região pantaneira. Apesar disso, ele permanece em liberdade, sujeito apenas a medidas cautelares.

A reportagem do programa “Fantástico” expôs que, durante o período em que realizava o desmatamento químico, Lemes deveria estar cumprindo um acordo firmado com o Ministério Público para restaurar a vegetação nas áreas afetadas.

O valor das multas aplicadas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) e a valoração do dano ambiental já alcançaram a cifra exorbitante de R$ 5,2 bilhões.

Segundo as investigações, os crimes ambientais foram cometidos em imóveis rurais localizados em Barão de Melgaço, região do Pantanal mato-grossense, a cerca de 121 km de Cuiabá. Aviões foram utilizados para lançar uma grande quantidade de agrotóxicos sobre áreas de vegetação nativa, visando a criação de pastagens para a pecuária.

Amostras coletadas de vegetação, água, solo e sedimentos nas áreas afetadas revelaram a presença de quatro herbicidas contendo substâncias tóxicas capazes de causar o desfolhamento e a morte de árvores. Além disso, foram apreendidas diversas embalagens de produtos agrotóxicos nas propriedades investigadas.

Os danos causados pelo desmatamento ilegal resultaram na morte de espécies arbóreas em pelo menos sete propriedades, incluindo áreas de preservação permanente e biodiversidade.

As investigações prosseguem em fase final de conclusão e tiveram início a partir de denúncias anônimas. O trabalho conjunto envolve a Polícia Civil, Ministério Público, Sema-MT, Politec, Indea e Ciopaer, demonstrando o esforço conjunto das autoridades para combater crimes ambientais dessa magnitude.


Deixe um Comentário



Sobre Nós

The argument in favor of using filler text goes something like this: If you use arey real content in the Consulting Process anytime you reachtent.

Instagram