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  • domingo, 28 de abril de 2024 - Campo Grande MS

Em Mato Grosso, filhote de onça é flagrado brincando com lata de cerveja

Reprodução/ Gustavo Gaspari

Um filhote de onça-pintada foi fotografado pelo biólogo Gustavo Gaspari enquanto brincava com uma lata de cerveja nas margens do rio São Lourenço, no município de Poconé (MT), em pleno Pantanal Norte. O biólogo lamentou presenciar a cena na manhã de quinta (29), no Parque Estadual Encontro das Águas e compartilhou sua indignação nas redes sociais.

“Foi triste e vergonhoso ver a presença de lixo dentro de uma unidade de conservação e no local onde há a maior concentração de onças-pintadas no planeta”, disse, em entrevista ao UOL. “Me senti triste por ver um animal tão incrível sendo afetado pela nossa falta de educação e por compartilhar essa cena com inúmeros turistas de diversos países.”

O encontro dos “dois mundos” (da natureza e da ação humana), como ele mesmo se referiu em sua publicação, evidenciou, nas palavras de Gustavo, a “falta de empatia e educação dos seres humanos”.

A região costuma ser frequentada por turistas e pescadores, além de pesquisadores, o que pode levar resíduos ao parque.

“O problema do lixo é referente à falta de educação da população e descaso do governo e de iniciativas privadas, que poderiam investir em educação ambiental e ciência. Sem dúvida ainda existem turistas e pescadores da região que não descartam o lixo de forma correta”, observa.

Gustavo trabalha como biólogo e pesquisador da pousada Pantanal Jaguar Camp, na região do Porto Jofre, em Poconé (MT). Ele conta que Kasimir, filhote da onça Patrícia, estava brincando com a lata de cerveja na frente dele e de outros profissionais que acompanhavam a família de longe. “Uma cena, no mínimo, horrível”, classifica.

Em 23 dias, a equipe de pesquisa que Gustavo integra já registrou 26 onças-pintadas, incluindo quatro fêmeas com dois filhotes cada. Ele desabafa ao falar que, ao navegar nos rios da região, tem percebido uma maior frequência de lixo espalhado nas margens do rio, como latas, garrafas, sacolas e recipientes de combustíveis.

“Alguns desses materiais viajam pelo curso do rio e podem ser provenientes de outros locais, porém, outros podem ter sido descartados em locais mais próximos”, ressalta o biólogo, mestre em Ecologia e Evolução pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), em sua publicação.

Reflexão

Os animais, que já sofrem com os incêndios e queimadas cada vez mais frequentes no bioma pantaneiro, além da própria seca enfrentada na região, que está vendo seu período de cheia ser reduzido, estão vivendo o desafio de perder seus habitats. “Principalmente por atividades de agropecuária e agricultura”.

“O que será dessas espécies no futuro? Nos incluo nesse conjunto também; como será nosso futuro? Um momento fofo se transformou em uma cena triste”, refletiu Gustavo, conscientizando aqueles que virem sua publicação para recolher, separar e destinar seus lixos em locais adequados.

“O Pantanal vem sofrendo bastante com a falta de água e incêndios frequentes na região, mas, além disso, ainda há a poluição dos rios e a presença de lixo em diversos locais, o que pode refletir em diversos problemas”, conclui.

Tem uma sugestão de pauta? Entre em contato com a nossa redação através do WhatsApp (67) 99615-4134


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