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  • domingo, 28 de abril de 2024 - Campo Grande MS

Pesquisa estuda comportamento de pescadores do Pantanal

Marcos Vergueiro/Secom-MT

Estudo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) observou que pescadores da região do Pantanal, quando próximos de grandes centros urbanos, optam por especializar sua prática, mesmo que isso signifique uma quantidade menor de animais capturados, comportamento que difere do observado em outras regiões de baixa renda no mundo. Os resultados do estudo foram publicados na Ecological Economics e realizado em parceira com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Observatório Socioambiental de Mato Grosso.

De acordo com o professor Jerry Penha, do Instituto de Biociências (IB), isso pode ser explicado em parte pela pressão econômica que os consumidores nas cidades grandes exercem sobre os pescadores. “É curioso porque isso foge do padrão global de pesca em pequena escala, em que os pescadores tendem a ser mais generalistas, pegando tudo que fica na rede”, explicou.

Não há, entretanto, um valor positivo ou negativo para esse tipo de comportamento, o professor destaca, mas é uma diferença que mostra a complexidade dessa atividade econômica e a necessidade de políticas públicas bem desenhadas voltadas para este setor.

“Apesar de ser possível uma sustentabilidade desse modelo a longo prazo com o manejo correto, os estudos apontam que a pescaria de um leque maior de espécies pode resultar em períodos maiores de pesca e, por consequência, maior sustentabilidade econômica para os pescadores”, completa.

Entretanto, qualquer que seja a estratégia adotada, o artigo destaca a necessidade de ampliação das pesquisas na área, com monitoramento mais robusto, capazes de gerar dados melhores para a análise da realidade social e dos efeitos de políticas públicas.

“A pesca é uma atividade socioeconômica importante que gera renda e segurança nutricional para milhares de pessoas no mundo todo, mas é pouca entendida aqui em Mato Grosso, porque não é monitorada”, explica o professor, e completa. “Essa situação tem como consequências o desenho de políticas pobres, como é o caso do Projeto de Lei do Transporte Zero, atualmente em discussão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso”.

Pesquisadores criticam mudança em legislação

A partir dos conhecimentos construídos com esta pesquisa e outras desenvolvidas no estado, pesquisadores da UFMT, Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Observatório Socioambiental de Mato Grosso, escreveram uma nota técnica que critica o Projeto de Lei 1363/23, também conhecido como “Transporte Zero”, em apreciação na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).

“Partindo de um diagnóstico equivocado, não se pode esperar que o plano de metas proposto atinja qualquer objetivo que favoreça a atividade da pesca”, assevera a nota, e conclui: “Em vez de mediar o conflito entre os diferentes usuários da pesca visando alcançar uma partilha equilibrada do recurso pesqueiro, o Estado do MT decidiu usar o poder para eliminar o concorrente mais pobre”. (Gazeta Digital)


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